Sala de Estar

O bebé queria imenso tocar na pizza, não parava sossegado. Tirei uma fatia da minha parte da pizza e trinquei-a, acabando por comê-la alguns minutos depois.

A pizza estava realmente boa. Quem diria que tinha sido feita por nós os dois? Quase que apostava em como a minha metade estava melhor.

Há uns bons minutos atrás, podia dizer que tinha fome, mas agora não sentia nada. Comia aquela pizza, apenas por comer. E depois aquele cheiro do bacon, não ajudava nada. Quando me fartei de estar ali, levantei-me e fui-me embora com o Vane, para o andar de cima.

Era mesmo assim que eu idealizava uma refeição em família, pensei irónicamente. Acabei a minha pizza e vi um pouco de televisão até que recebi uma chamada de uma daquelas raparigas com quem andava a falar e sai para o exterior, para ter mais privacidade.

Voltámos pouco antes da hora de jantar. Vane estava a dormir nos meus braços, exausto pelo dia que tivera. Ele ficava tão adorável desta maneira.

Revirei os olhos. Não íamos começar com a mesma coisa do outro dia, pois não? Continuei a puxar-lhe o cabelo e a dar-lhe calduços. - Rafeiro, rafeiro, rafeiro..

- parva - atirei-a para cima do sofá e assim vi-me finalmente livre dela.

Cerrei os punhos com força, assim que caí no sofá. Mordi o lábio com força. Levantei-me e comecei a correr até ele e atirei-me novamente para cima de si. - Parvo, parvalhão.. estúpido, idiota, chato.. aaah..

- Arrgh - queria vê-la calada e submissa. Queria que ela parasse de me provocar. Sem pensar duas vezes, colei os meus lábios aos seus e assim parei de a ouvir.

Não pensava realmente que ele fosse fazer aquilo. Tateei o seu pescoço e trinquei o seu lábio inferior. - Já me beijaste três vezes.. vou começar a pensar, em ter direito e liberdade em beijar-te..

- Chateias-me todos os dias. Isso dá-me direito de descarregar em ti desta forma aquando me apetecer - disse em resposta.

Sorri toda contente, com todas aquelas suas palavras. Até que me agradava aquilo tudo. - Pois então vou começar a chatear-te mais vezes. - ri-me. - Eu ainda não me esqueci do beijo que me deste quando estava grávida. - encolhi os ombros.

- E que tem? São só beijos - respondi num tom desinteressado, encolhendo os ombros.

- Para ti são só beijos.. uma coisa dessas mexe muito com uma pessoa grávida. - fiz uma careta. E naquela altura, mexera um pouco comigo.

- Foi um beijo e tu nem quiseste saber. Por isso... - encolhi os ombros .

Revirei os meus olhos. - Claro.. como se eu se quisesse saber isso te importasse ou fosse resolver alguma coisa.

- Estou-me nas tintas para um beijo - disse num tom desinteressado. E ela continuava agarrada a mim, porra.

Pois é, era esse o seu problema: não se importar com nada. E outro problema também, é que eu ainda me importava. Encolhi os ombros e saí de cima dele. Subi até ao andar de cima e tranquei-me no quarto de Vane.

Prontos, já amuara novamente. Pelo menos largara-me. Sentei-me no sofá e encolhi os ombros. Ela odiava-me de morta, duvidava muito que quisesse saber dos meus beijos. Nunca nada poderia ir para além daí e eu sabia-o. Nós dois erámos completamente incompativeis.

Era quase de manhã quando voltei a entrar em casa. Não ia pregar olho, já sabia, apesar de estar cansado.

Percebi que algo estava mal quando senti a minha ligação com Vane abalar. Merda. Percorri a casa para perceber que Alina não estava ali, nem a sua mala - aquela filha da mãe - peguei na minhas chaves e saí.

Ainda não me habituara muito àquilo. Desci as escadas e deitei-me num dos sofás. Estiquei-me o suficiente para apanhar o comando e liguei a televisão.

- Olha quem está ali, a mamã - murmurei para o bebé que já estava todo sorridente, apesar de ainda sonolento.

Mesmo baixo, consegui ouvir o que Drake dissera ao bebé. Diminui o som da televisão e levantei-me lentamente. Olhei para o bebé e caminhei até eles. - Estás tão mole.. - ri-me e acariciei a sua face.

- Ainda está muito sonolento - saía obviamente a mim a este respeito - Ia agora fazer o biberão dele.