Lago

- A curiosidade matou o gato mas como tu não és um gato.. - mostrei-lhe a língua. - Não morreste.. bah.. - e empurrei-o.

- Felizmente não sou um.
Ri-me e retribui o empurrão, acabando por a encontro a uma rocha. Encurralei-a - Preferes os gatos?

Coloquei as mãos no seu peito e tentei empurrá-lo. Hai como eu odiava tanto quando eu era mais fraca que os outros. Suspirei. - Gatos, cães.. são animais, gosto deles.. não tenho preferências..

- Isso significa que gostas de mim?
Perguntei provocativo.

Olhei-o meio surpreendida. - Eu acho que já tinha dito isso.. - fiz um ar pensativo. - Yeah, eu disse que ia com a tua cara, portanto sim, gosto de ti. - sorri abertamente.

- Mas não sei se te referias à parte do lobo, também.
Fiz uma careta - Pois, mas eu cá continuo a não ir com a tua cara.

- Eu por norma, quando gosto de uma pessoa, costumo referir-me a tudo.. essa parte do lobo é cagativo. - encolhi os ombros. - Tanto faz, também não importa.

Ainda ficava admirado ao saber que ela pensava assim.
- Se não importa então tudo bem - Encostei-a ainda mais à rocha, tocando o seu corpo com o meu corpo. Sorri descaradamente.

- É tudo bem. - tremi mal senti o seu corpo bem junto do meu. Suspirei. - Ham.. eu não gosto muito disto. Se não te importasses..

- Ah, mas eu importo...
Mordi o lábio somente para a provocar.

Engoli em seco e tentei ficar calma. - Pois.. mas eu sinceramente não gosto nada do facto de te importares e de estares tão perto de mim.

Acariciei a sua face, mantendo um sorriso provocador na cara.
- E eu não gosto nada que sejas tão aborrecida. Queres mesmo que me afaste?

- Odeio quando me chamas de aborrecida e de chata. - tentei morder-lhe a mão, mas não fui bem sucedida. - Talvez.. talvez não queira..

- É o que és, às vezes.
Respondi diretamente, não desviando o meu olhar do seu.
- Como é então? - Aproximei-me ainda mais da sua cara de maneira a que conseguia até sentir a sua respiração na minha pele.

- Oras.. às vezes, não sempre! - coloquei um sorriso malicioso nos lábios. - Não sei, diz-me tu. Como é então?

- Estás literalmente a dar-me a escolha? Olha que posso ser escolher mal...
Ri-me e pousei um leve beijo no seu pescoço.

Suspirei mal senti o seu toque na minha pele. - Estou e não importa.. então, como é?

Olhei para ela. Um suave brilho malicioso brilhou no meu olhar.
- Já alguma estiveste assim tão perto de alguém, de um rapaz?

- Já.. mas não correu lá muito bem, mas também não quero falar disso. - cocei o couro cabeludo, meio desajeitada.

- E queres que desta vez corra bem?
Perguntei, não pondo em questão se ela queria ou não que acontecesse qualquer coisa.

Senti-me um tomate, mal ouvi a sua pergunta. - É isso mesmo. Mas, também não importa. - cruzei os braços ao peito.

- O que é que não importa?
Perguntei, não desviando o olhar.

- Que desta vez corra bem. - eu sentia-me tão sem jeito que achei por bem, mudar de assunto. - Nem acredito que hoje ainda não tive um ataque de bipolaridade. - ri-me.

- Eu não sou bipolar.
Respondi rapidamente - Comigo não há de corre mal, e tu estás corada - Tive que me rir.

- Mas eu sou. - olhei-o. - Não te rias que não tem graça! - e quanto mais ele ria, mais eu ficava corada. - Opa.. baah.. contigo.. baah..