Lago

Engolia seco e tentei pensar num manobra. Teria de os distrair por mais algum tempo.
- Que plano pouco habilidoso criaste. Deixa-me adivinhar, foste movido pela inveja, é?
- Fui movido pelo desdenho, puto. Devias ter morrido quando eras novo. A linhagem do Graham devia ter acabado aí! - rosnou de fúria - Mas acaba hoje. Quero-te morto e ao teu filho também. Este sangue maldito não voltará a manchar.
Ele parecia um completo lunático. Eu parecia um completo assassino. A minha respiração estava acelerada e já tinha decidido não poupar a vida a nenhum destes cabrões. Só tinha de desviá-los de Vane.
- Foste a queda da alcateia. A tua mãe foi veneno entre nós. Acabou-se! - e dito isto os outros dois pegaram num revolver e atiraram contra mim. Consegui desviar-me de um mas o outra bala de prata embateu direitinha no meu abdómen. Não tive tempo para penar na dor. Aproveitei a ocasião e rosnei. Avancei para os dois lobo e num movimento rápido parti o pescoço a um e esmurrei o outro com tanta força que embateu na parede e morreu.
Virei-me para o velho que já tinha um revolver apontado para mim - Observa - com um grande sorriso diabólico e satisfeito, pôs a mão na cara de Vane, começando a sufucá-lo.
- Vane! - gritei desesperado e não medi a minha força. Incendiei tudo à minha volta. O lobo mais velho começou a gritar ao ser consumido pelas chamas e antes que Vane fosse atingido, movimentei-me e apanhei-o, segurando-o nos meus braços. Uma lágrima caiu pelo meu rosto. Tinha novamente o meu filho comigo.

Pegando fortemente no pequeno ao colo, saí dalí o mais rápido que consegui antes que fossemos sufocados pelo fumo. Quando cheguei novamente ao ar livre olhei para Vane a ver se estava tudo bom. Tinha um arranhão no braço e a cara ligeiramente arranhada. Deu-me ainda mais raiva pro aqueles lobos.
- Agora estás comigo, filhote... estás a salvo, Vane. - murmurei e beijei a sua cabecinha. Mesmo assim queria-o examinado por um médico.
Porra. Quase caí de joelhos devido à fraqueza que se seguiu. Olhei para o meu abdómen que estava a sangrar mais do que esperara. Era prata e tão cedo não ia sarar. Mordi o lábio e embalei Vane nos meus braços, tentando a todo o custo voltar até à cidade.

Sentei-me nuns rochedos mais afastados e tirei toda a roupa do bebé, deixando-o em fralda. Não queria aquela roupa em si. Roupa comprada com o dinheiro [i]dele[/b]. Revirei os olhos e atirei-as fora. Deitei-o num rochedo e pus-me a brincar com ele. Seguidamente, também tirei a minha roupa e fiz algumas cócegas ao bebé.

Só chegara ali uma hora mais tarde. Dera-me tempo para me recompor, principalmente na parte da paciência. Só não me agradava era o sitio, onde ainda há dia atrás Vane podia ter sido morto.

O bebé ficara vermelho de tantos guinchos e risinhos que dera. Até mesmo eu, tinha que parar para respirar. Foi então que reparei na presença de Drake ali e revirei os olhos. Eu agora não podia ter a minha privacidade, que ele tinha que estar em todo o lado?! Que merda..

Revirei os olhos e aproximei-me. Contudo não disse nada, limitei-me a sentar perto deles os dois.

Peguei no bebé e arrastei-me praticamente, para longe de Drake. Não o queria por perto e muito menos, o queria ali. Voltei a dar atenção ao bebé.

- A sério? Que infantil .- bufei e fitei a àgua.

- Infantil foi quem te fez os cornos.. - sorri cinicamente e revirei os olhos. Se eu era ou não infantil, não era da sua conta. Que se metesse com outra pessoa. Que fosse pastar vacas. Tudo longe de mim e de Vane.

Maldita fosse a hora em que eu lhe tirara a virgindade naquele mesmo lago. Maldito fosse o dia em que a tinha conhecido. Levantei-me e fui-me embora

Sorri levemente, assim que me senti sozinha naquele local. Agora era apenas eu e Vane e podia aproveitar o resto da tarde aca, noite, para brincar e divertir-me imenso com ele. Alguns minutos depois, fui-me embora para casa.

Chegámos lá vinte minutos depois de termos saído de casa. Não estava ali mais ninguém pelo que simplesmente escolhi um lugar com sombra e pousei as coisas.

Pousei o bebé no chão e certifiquei-me que ele não fazia nada, que o ia pôr em risco. Tirei uma toalha de dentro do cesto e estiquei-a. Depois sentei-me e coloquei o bebé no meu colo. - Este lugar tá bom..

- Sim, está - disse, em concordância. Mesmo assim eu lembrava-me de todas as coisas que já se tinham passado ali, boas ou más.

Vane começou a mexer em tudo o que era a sua mala. Revirei os olhos divertida e tirei de lá um boneco que se pudesse sujar e dei-lhe para as mãos. Depois fui ao cesto e tirei de lá uma maçã.

Estava um dia de calor, um dia perfeito para passar com a familia, ao que parecia. Se tudo corresse bem (coisa que nunca acontecia) talvez este até fosse uma tarde ara recordar.

Deixei o bebé a brincar com os seus bonecos. Encostei-me a um tronco de árvore que estava ali caído e puxei um livro que tinha trazido. Apesar da hora, não tinha muita fome. A maçã tinha-me chegado, por agora.

Com o calor que estava, a minha única vontade era ir para a água e Vane também parecia estar inclinado a fazê-lo. Peguei nele - Queres vir? - perguntei a Alina,

Tirei o meu olhar do livro, apenas por uns momentos. - Ham.. não, deixa estar.. - encolhi os ombros. - Vai tu.

Encolhi os ombros e fui. Aproximei-me da beira com Vane. Primeira ia deixá-lo chapinhar à vontade. Acabámos os dois todo molhados.

Ainda mirei aqueles dois, durante algum tempo, mas logo dispersei e me pus atenta ao livro. Quando senti o sol queimar a minha pele, afastei-me um pouco e fui buscar um creme.

Tirei a minha camisola e as calças e fiz o mesmo com Vane. A água estava quente e calma, por isso podia entrar com o bebé sem problemas.

Fiz um sorriso torto ao ver o bebé divertido com toda aquela água. Ele ficava mesmo feliz com aquilo. Peguei no creme e passei-o pelo meu corpo. Apesar de tudo, não queria ficar um tomate loiro.

Vane não estava nada a água. Antes pelo contrário, parecia adorar a maneira de como eu o fazia flutuar bem no topo.

Mais um tempo naquele sítio e acabei por ceder à fome que se começava a formar no meu estômago. Abri o cesto e tirei de lá algumas das coisas que tinha feito.