Quarto do Vane

Revirei os olhos, pouco interessada naquele assunto. Drake que se fosse fuder. Afastei-me o suficiente com o bebé e depois olhei-o. - Eu ajo normalmente..

E prontos, já a conseguira pô-la irritada - Prontos, está bem. Só tinha de te dizer isto.

- Está bem. - murmurei. Eu agia normalmente. Claro que tinha os meus tiques, mas, toda a gente tem tiques de irritação. Puxei os bracinhos do bebé para cima e tirei-lhe a camisola, deixando-o com a que tinha por mais, que era uma mais fresca.

Ponderei em sair do quarto. Mas não tinha nada para fazer, de qualquer das maneiras. Por isso fiquei ali.

Vane continuava entretido com aqueles brinquedos todos. - Hum.. já tás melhor? - perguntei, só por perguntar.

Esta melhor do que de manhã, sem dúvida - Hum, sim.... Não sei o que se passou na noite passada mas já desapareceu, sem dúvida, hoje.

Encolhi os meus ombros. Esperava mesmo que aquilo lhe tivesse passado.
- Está bem, então.. ainda bem.. - puxei o bebé, de forma a puder beijar-lhe a face.

E estava grato por ter acabado. Fora uma noite de lua cheia bastante estranha e descontrolada.

Então, se ele já estava bem, sempre podia ir dormir com ele e com o Vane. - Então eu hoje vou dormir contigo.. - e não estava a pedir permissão e sim a avisar.

Já tinha em mente que ela ia fazer isso, apesar de já não haver nenhum tratado entre nós. Porém não reclamei nem ripostei - está bem.

Não deixei de ficar contente por ele não ter dito nada contraditório. Afinal, mesmo com ele contra, ou não, eu iria fazer o que bem me apetecia. Levantei-me e fui buscar um livro para ler a Vane.

Achei por bem sair do quarto. Ia-me deitar cedo, apesar de tudo. Fui até à cozinha.

Quando voltei ao quarto, já Drake não se encontrava ali. Peguei no bebé e sentei-me com ele no sofá. Depressa abri o livro e pus-me a ler algumas páginas. Está claro que Vane pouco se importava com o que li. Só se ria e mexia em tudo o que era folhas e bonecos desenhados nas mesmas. Fechei o livro e tentei adormecê-lo.

Quando Vane adormeceu, coloquei-o no seu berço e fui arrumar o livro. Depois segui até à casa de banho e rapidamente fui ao quarto de Lana. Não quis saber dos resmungos da outra. Saí dali e dirigi-me até ao quarto de Drake.

O pequeno continuava a chorar. Aproximei-me de imediato até ao berço e peguei nele ao colo, encostando-o ao meu peito enquanto passava a minha pelas suas costas, tentando reconfortá-lo. Já sabia do que se tratava - o escuro. Abri os estores do quarto do bebé e este acalmou logo um bocado. Vane não gostava nada da escuridão. Nisso não saía a mim.
- Já passou pequenote. Já passou - murmurei enquanto o embalava.

Não ia conseguir ficar muito mais tempo naquela cama. Vesti a minha langerie e seguidamente saí do quarto e fui para o do lado, o de Vane. Encostei-me à ombreira da porta e cruzei os braços ao peito. - Ele está bem? - perguntei.

Olhei para ela. Um sorrisinho apareceu nos meus lábios. A aparência dela demonstrava completamente que tínhamos acabado de ter sexo.
- Está tudo bem. Ele às vezes fica assustadiço quando está sozinho no escuro.

Fiz um sorriso torto, ao ouvir as suas palavras. - Eu também era assim, quando era pequenina.. - e fora assim, até aos 12 anos, que eu bem sabia. Mas entretanto perdera a maioria do medo. Enfim..

- Pois, eu nunca tive medo. Aliás, até gostava da escuridão. Parece que nisto ele saiu a ti - disse, fazendo uma careta.

Encolhi os ombros. - Foi nisso e no cabelo. - relembrei-me e acabei por me rir, baixinho. Mas eu ainda tinha esperança que não fora só e só nisso que ele saia a mim.

Pois era. Vane era loirinho, tal e qual Alina. A verdade é que uma mistura minha com Alina saíra perfeita, Vane era um rapazinho que faia as deliciosas de qualquer pessoa - pois, nisso também. - disse, sem sequer notar que Lissa tinha entrado no quarto.

Olhei para o meu lado esquerdo e notei em Lissa. Como era habitual, o sorriso sarcástico encontrava-se nos seus lábios. Encolhi os meus ombros e afastei-me. Não queria ter nada a ver com ela. Mas, o que tinha ido ali, fazer?!

- Bom-dia - disse a loba com um daqueles seus sorrisos. Eu tolerava bem a sua presença antes, mas agora, meses depois, ainda era difícil de coordenar.
- bom-dia - respondi.

Lá por Drake a ter aceitado em sua casa, eu não aceitara em lhe dar bom-dia, mesmo que isso fosse por educação. Afinal, eu supostamente era louca. Logo, a minha educação, puff.. desaparecera. Lissa olhou para mim. Continuei sem dizer nada e desviei o meu olhar do seu. O facto era, que aquele seu olhar tornara-se bastante.. hum.. diferente. Evitei a todo o custo, contacto visual com a sua pessoa.

O ambiente era muito estranho quando se está na presença daquelas duas. Não sabia qual delas a pior... - hum.... pequeno-almoço? - sugeri, só para aligeirar o ambiente.