Exterior da Casa

Vesti uma roupa qualquer e apressei-me a ir até casa de Drake. Tinha vindo por um atalho, porque estupidamente, era a única maneira de fugir do enfermeiro. Assim que cheguei, bati à porta.

Felizmente eu já estava acordado e pronto. Abria porta apenas para sair e de seguida voltei a trancá-la já do exterior - e estás de volta - comentei sarcasticamente.

Olhei para ele, com cara de má. Eu ainda voltava a dar-lhe um pontapé nos.. nos coisinhos que ele ia ver. - Cala-te masé.. eu disse que hoje iamos dar um passeio! - sorri abertamente.

- Ouvi isso ontem, não sou surdo - respondi no mesmo tom sarcástico - e para onde é que vamos passear?

- Pára de ser assim comigo, pára de falar assim nesse tom! - suspirei. Encolhi os ombros e cruzei os braços ao peito. - Não sei, diz tu um sítio qualquer.

- É o tom em que me agrada falar, sorry.
Respondi com um sorriso pouco divertido.
- Tu é que sabes, tu é que queres ir.

Felizmente trouxera as minhas queridas botas, comigo. Olhei cinicamente, para ele. Dei-lhe um pontapé bem no seu pénis.
- Oh, sorry! - revirei os olhos. - Pois, sim.. vamos sei lá, andar por aí.

Mordi o lábio e encolhi-me. Aquele era sempre um ponto fraco.
- Pára de fazer isso ou este acordo entre nós vai por água a baixo - resmunguei. Ela tratava-me, literalmente, abaixo de cão e mesmo que eu quisesse, não teria paciência para muito mais.

Aquela nossa amizade não passava de um acordo e era por isso mesmo que eu lhe voltaria a fazer aquilo, quantas vezes forem precisas. - Não quero que a nossa ''amizade'' seja um acordo. Para isso, prefiro dar-te mais uns quantos..

- Dá-me mais uns quantos e vais ver onde é que esta amizade vai dar...
Disse, sem piada nenhum no meu tom de voz.

- E achas mesmo que me importo? Tu és um falso! Nem sequer te estar a esforçar para seres meu amigo ou simpático comigo. - revirei os olhos.

- Já sabias no que te estavas a meter. Mudei, terás de aguentar com o meu novo humor caso queiras ser minha amiga - respondi.

Fiz um ar pensativo e depois olhei para ele. - Nem te vais rir, ou ser divertido comigo? - fiz uma careta. - Quero lá saber.. Vamos passear!

- Divertir-me contigo neste momento está a provar-se complicado uma vez que não páras de me desagradar - respondi num tom neutro.

Mostrei-lhe a língua, tal e qual a uma criança pequena.
- Tu lá sabes.. - virei-me para ele. - Diz um sítio qualquer..

Para o Inferno, pensei. Mas aí já nós estávamos.
- Para a floresta?

Abanei a cabeça. - Sim, para a floresta seria bom! - Peguei no seu braço e arrastei-nos para fora dali, muito rapidamente.

Comecei a correr até o finalmente alcançar. - Tu não bates bem da cabeça! Segunda escolha ou sei lá?! A sério.. - revirei os olhos. - Eu não faço ninguém de segunda escolha.. quero lá saber se és tu ou é ele.. é só sexo. Do tipo what the fuck?!

- Não estou habituado a que recusem ter sexo comigo. Comigo hun. - Abanei a cabeça frustrado - Nem que preferiam outro, ainda por cima meu meio-irmão que nem é um lobo decente.

Ele estava-se mesmo a passar da marmita. - Ninguém aqui recusou ter sexo contigo! - encolhi os ombros. - E eu também não prefiro ninguém. Tipo..

- Ai não? - Perguntei de braços cruzados ao peito. Revirei os olhos e encostei-me à parede da casa.

- Não, não! - Olhei seriamente para ele. - Eu não recusei-me a fazer sexo contigo e não prefiro mesmo o teu irmão a ti.. - revirei os olhos. Por amor de Deus, tanta confusão por causa daquilo? - Enfim..

- Eu cá acho que recusaste. E mesmo que não o tivesses feito, está-se mesmo a ver que não o queres fazer comigo - respondi e entrei em casa, seguindo para o meu quarto.

Ergui o sobrolho e entrei também dentro da sua casa. Mas agora ele sabia o que eu queria ou não fazer? Revirei os olhos. Depois de fechar a porta atrás de mim, subi as escadas.

E sim, eu estava de volta. Jackson não tinha gostado nada da minha ida ao zoo. Cruzou os braços ao peito e tentou suavizar a sua expressão de raiva, mal lhe contei que tinha vomitado bem em cima dos sapatos do outro. Fez-se silêncio por uns minutos. Depois pegou-me pelo braço e fez-me sentar num dos bancos que havia lá fora. Olhou-me nos olhos.
- Independentemente do que possa acontecer, promete-me que não vais falar com Drake nem dar-lhe ouvidos no que quer que seja.. - ergui o sobrolho. Mas eu já nem falava com o lobito. Ele tinha deixado bem claro, que queria distância de mim. Abanei a cabeça.
- Tudo bem, eu prometo. Mas eu não percebo.. vais ter que explicar isso. - bem que tentei saber o porquê daquele assunto, mas nada.
Ainda ficamos ali mais um tempo, até ficar escuro e frio o suficiente para sairmos dali e entrar em casa.