Ruas da Cidade

-Dadas as circunstâncias, nunca estive melhor. - disse honestamente e ia-lhe perguntar como estava ele, até não resistir... - Desculpa aquele dia, eu... eu não sabia que ele te ia fazer aquilo... desculpa... por não ter ido à tua procura... Estás bem? - hesitei, enquanto evitava olhar para ele e fixava os meus olhos nas minhas sapatilhas.

Ao menos um de nós estava bem, ou coisa parecida. Olhei para ela e sorri para a tranquilizar.
- São águas passadas, Jade, não te preocupes. - Provavelmente mentiria na segunda pergunta. As coisas não estavam exactamente a correr de feição - Pelo menos continuo vivo - Respondi, tentando juntar algum humor àquelas palavras.

Olhei para as pessoas à nossa volta. Estar de pé no meio da rua a conversar não era algo muito confortável. - O que dizes a irmos sentar-nos a algum lado? - sugeri, também com o objectivo de entretanto mudar de assunto.

Pûs as mãos nos bolsos e encolhi os ombros.
- Acho uma boa ideia. Queres ir até algum sitio? Não sei... podíamos ir até ao parque.

Sorri - Parece-me bem , anda... - incentivei, e comecei a caminhar, sentindo-o ao meu lado, mas continuando com os olhos fixos nas sapatilhas.

(podes responder lá :) )

Mais tarde, naquele dia, saí finalmente de casa depois de Kim ter-se ido embora. Caminhei pelas ruas e acendi um cigarro. Os dias estavam a ser muito calmos. Não estava habituado a viver assim. Mas mesmo assim não me esquecera que anda tinha contas a ajustar.

Mal saí do aeroporto, apanhei um táxi. Não fora uma viagem muito longa, pelo que saí do veículo, mal cheguei a uma das ruas principais da cidade. Peguei na minha pequena mala e comecei a caminhar. Precisava de ir comer.

O cigarro estava nas últimas. Estive prestes a acender outro quando notei numa nova presença. Não precisei de mais do que um segundo para perceber quem era. Alina. Só que não estava nada à espera de a ver naquele estado. Nada mesmo.

Comecei a fazer zigzags com a minha mala e comecei-me a rir feita parva. Eu adorava aquelas malas com rodinhas, por aquilo mesmo. Porque me faziam rir. Depois de me divertir continuei a andar. Foi então que vi Drake. Bom, eu tinha dito que não o ia chatiar, falar com ele, fosse o que fosse, não o fiz mesmo.

Ela notara em mim. Boa, pensei sarcásticamente. Queria ignorá-la, continuar a viver a minha vida como tinha sido nos últimos dias mas não me consegui mexer. Não consegui parar de olhar para ela. Wtf? Como é que ele parecia...grávida?

Olhei-o meio que de esguelha e parei mesmo em frente a ele. A única diferença é que ele estava do outro lado da rua. - Pára de olhar para mim, seu lobo de caca! - resmunguei. Pronto, não evitei. Eu tivera mesmo que lhe chatiar, insultar, baah..

A minha boca abriu-se e fechou-se repetidas vezes - Hum, não sabia que estavas de volta, assim... - foi a única coisa que consegui dizer.

Revirei os olhos. Assim como? Grávida? Pois ele que se fosse habituando com a ideia disso. - Estou de volta e não é da tua conta. Agora, olhar para o outro lado, estás-me a incomodar.

Sorri cinicamente e deitei o cigarro para o chão, pisando-o de vez.
- Com muito gosto, querida - murmurei sarcasticamente e caminhei na direcção oposta. Só então e que pensei: aquele filho só podia ser do meu irmão. Será que ele sabia?

Revirei os olhos. Ele que se fosse mesmo embora dali. Não perdi mais tempo em falar com ele. - Mais valia ires-te embora de vez.. da cidade. - murmurei. Dei meia volta e comecei a caminhar.

Enquanto ele conduzia, eu olhava distraídamente para o que se passava na rua. Via várias pessoas a caminharem para um lado e para o outro e mirava toda a paisagem que as rodeava.

Estacionei o carro na rua. Uma grande loja de decoração ficava mesmo na esquina. Saí do carro e esperei por ela.

Tirei o cinto e saí do carro. Depois fui ter com Drake e mirei de alto a baixo aquela loja. Fiz um pequeno sorriso e entrei com ele.

- Temos de encontrar um armário, estantes, alcofas e um colchão para o berço. Pensei que podíamos também comprar um sofá ou uma cadeira almofada para pôr no quarto - disse assim que entrámos.

Tentei memorizar tudo o que ele tinha dito, mas foi quase impossível. Cocei o couro cabeludo e fiz uma careta. - Ham.. pois.. Uma coisa de cada vez.

Esbocei um semi-sorriso.
- Vamos procurar o armário primeiro, anda lá.

Acenei com a cabeça e segui-o até à parte onde haviam inumeros armários. Cada um mais feio que o outro, tenho a dizer. Queria algo simples, nada de muita elaboração e era tudo.. horrivel?! Revirei os olhos. Depois de muita procura lá encontrei um que gostava. - Eu quero este! - resmunguei.

Olhei para o armário que ela escolhera - É uma madeira diferente da do berço, ficaria mal - respondi e continuei à procura até que vi dois bonitos, com a mesma madeira. Um dos armários tinha detalhes brancos enquanto que o outro era simples.

Olhei-o meio de esguelha e encolhi os ombros, cruzando seguidamente, os braços ao peito. Resmunguei qualquer coisa e fui até ele. - Não quero! Escolhe outros! - pois se não era aquele que eu escolhera, também não eram aquelas coisas horríveis!

- Então escolhe um, que seja decente e não fiquei mal no quarto.
Respondi de volta, continuando a procurar.