Ruas da Cidade

Permaneci naquele sítio enquanto o via a afastar-se. Não que eu não tivesse gostado daqueles armários, eu apenas queria ser teimosa e contraria-lo, porque ele não tinha gostado do que eu gostara! Cruzei os braços ao peito e fiquei a mirar ambos os móveis. - É só um, ou são os dois?! - perguntei.

- Apenas um, basta um - Respondi - Vá, escolhe um deles, aquele que achares que fica melhor no quarto do pequeno.

Dei mais uma vista de olhos em ambos. - Para mim tanto me faz.. o simples, talvez?! - olhei-o. - Baah.. escolhe tu!

Acabei por escolher o simples, também era a minha escolha predilecta - Avancemos para as estantes...

Segui atrás dele. Lá acabamos por escolher umas estantes, também muito simples, mas extremamente bonitas. Depois seguimos para outro corredor.

Seguimos para o corredor das alcofas, lençóis, mantas, etc. Precisamos de tudo aquilo para podermos finalizar o berço - Lá estamos com o dilema da cor novamente.

Encolhi os ombros e abanei a cabeça. Ele tinha razão. - Oh, podiamos escolher branco. Mas depois fica tudo muito branco e feio. - fiz uma careta. - Bom.. amarelo não ficava mal. Talvez..

- Amarelo? Não é a cor para lobo - Disse desagradado. Vi alguma peças azuis clarinhas, com bordados em seda branca - Este fica bem, mesmo que seja uma rapariga.

Mas ele agora ia desgostar de tudo o que eu opinava?! - Faz o que bem quiseres. - Revirei os olhos e fui-me embora daquela secção, entrando noutro corredor.

Revirei os olhos e decidi-me pela alcofa azul clara. Gostava bastante dela. Escolhi mais umas quantas mantas, tudo em branco, cinzento e azul clarinho. Depois segui atrás de Alina.

Continuei a observar tudo o que aparecia por ali e sinceramente, já nada me interessava. Sim, se era para ter um otário feito aquele, sempre a dizer que não gostava das coisas que eu dizia e queria, então mais valia ficar calada. Continuei a andar por ali.

Caminhei até lá e fi-la parar, agarrando a sua mão - desculpa se estou a ser um chato... - disse, encolhendo os ombros.

Ao princípio tive uma vontade enorme de dizer um dispara-te qualquer, mas mais valia não tornar o ambiente insuportável. - Ta bem.. - abanei a cabeça. - Não me importo que sejas chato, mas porra.. o filho é meu! - resmunguei. - Também quero escolher coisas.

As palavras "o filho também é meu" estavam sempre entaladas na minha gargate. Engoli a seco - Está bem, escolhemos o que quiseres agora. Vamos até à secção dos sofás?

Seguimos então para a secção dos sofás. Não percebia muito bem o porquê de um sofá no quarto, mas ele lá sabia. - Ham.. já agora, o sofá é para quê?! - perguntei curiosa e apontei para um pequeno sofá bastante fofo e bonitinho.

- Para quê? para muitas coisas, mas um sofá pequneo, claro - respondi - Vamos passar muito tempo no quarto dele, tanto de noite como de dia. Não é bom teres um sitio onde te possas sentar ou deitar com ele? Ou simplesmente para descansares de vez em quando.

Oh, então era isso! Sorri alegremente e abanei a cabeça. - Sim, sim.. agora entendo o porquê de um sofá! - gargalhei e recomecei a andar, indo para outra seção. - Ham.. tu vais ter dinheiro para isto tudo? Não achas que isto é um exagero de dinheiro?!

Sorri abertamente e caminhei por alguns, vendo aqueles mais pequenos com apenas dois lugares - Dinheiro tenho... ainda deve ser suficiente para estes gastos. Pretendo ainda receber a herança da morte dos meus pais - praticamente cuspi as palavras.

Tremi quando ouvi aquelas suas palavras e olhei-o. - Ham.. tu não precisas de gastar mais dinheiro com o bebé. Se quiseres eu pago!

- Não, eu pago. Não te preocupes com essa parte. Aliás, não te preocupes com nada. Limita-te a tratar bem de ti e do bebé - disse e olhei para um sofá. Era cinzento claro com dois lugares. Sentei-me e fiz sinal para ela fazer o mesmo - o que achas?

Cruzei os braços ao peito e sentei-me ao seu lado. O sofá era bastante confortável, fofo.. Virei-me para ele e olhei-o. - Ham.. eu não quero que pagues tudo! Isso era levar-te à falência e eu própria, vou-me sentir mal!

Olhei para ela incomodado - Guarda o teu dinheiro para ti e para o bebé, quando ele nascer. Pode ser útil no futuro. Por agora é melhor usarmos o meu é mais seguro - Mas aquilo levantava-me uma questão... - Já tens aceso à tua própria conta bancária Não é preciso ser-se maior de idade para isso?

- Mas eu não quero que sejas sempre tu a pagares tudo! - Abanei a cabeça. Agora que me lembrava disso, já que já tinha os meus dezoito anos completos, poderia muito bem receber a herança dos meus pais. Já não tinha que viver às custas do meu tio e podia muito bem, ter a minha independência. - Sim, sim. E eu já sou maior de idade. - encolhi-me no sofá. Caramba, era mesmo confortável! - Eu gosto do sofá.

- Pago agora, mais tarde pagas tu, que tal?
Abanei-me no sofá - Desde quando é que és maior de idade? - perguntei de sobrolho erguido - Então levamos o sofá - Sorri abertamente .

Olhei-o de sobrancelha erguida. Lá cedi ao que ele dissera. - Está bem, está bem. - estiquei as pernas. - Desde ontem! - fiz uma careta. Mas esse também era um detalhe que não interessava minimamente para nada. - Sim, sim!