Quarto de Alina

Por dentro acabei por sorrir. Todas as minhas desconfianças estavam certas. Voltei a remexer-me na cama e algumas horas depois, abri os olhos, olhando em redor. Espreguicei-me e fui tomar banho.

Quando voltei, apressei-me a vestir um vestido simples e um casaco de malha. Calcei os meus sapatos e fui buscar a minha mala. Mal ouvi o toque da campainha, abri a porta a Daniel e voltei a subir ao quarto, indo buscar o bebé que continuava a dormir.

Não sabia bem o porquê, mas como todos aqueles poucos dias que tivera com Daniel, ele acabara por se ir embora. Deitei o bebé na minha cama e fui até lá a baixo, buscar os livros que tinha que ler.

1º BLABLABLABLABLA U_U
2º BLABLABLABLABLABLA U_U
3º BLA.. NÃÃ.. OOO: DEVIAS TER MAIS DESSES DIAS MUAHAHAHAAH

Ainda não me acostumara muito a trocar de fraldas e muito menos a amamentar. Pelo menos, aquela dor insuportável que ao principio Vane me fazia sentir, quando colocava a sua boquinha no meu mamilo, acabara por desaparecer. Ao menos isso, pensei para mim mesma. Larguei os livros e acariciei a face do bebé que me olhava com aqueles seus grandes olhos azuis. Não me agradava que ele fosse tão parecido com Drake e que tivesse apenas o meu cabelo. Tinha uma certa inveja quanto a isso.. Resmunguei qualquer coisa e deitei-me ao seu lado. Beijei a sua mãozinha e fechei os olhos.

Não sabia o que se passava comigo naqueles últimos minutos, só sentia uma sensação estranha e agoniante. Levantei-me e fui apanhar ar. Bebi um copo de água e fui até à casa de banho. Só então voltei para o pé do bebé. Mas que merda?

Acabei por acordar novamente e desta vez cheia de suores e tremores pelo corpo todo. Olhei em redor e inspirei fundo várias vezes. Tivera um pesadelo horrível. E aquela estranha sensação apesar de te diminuído, continuava a ser agonizante. Olhei para o relógio. Ainda era tão cedo.. Tirei a uma caixa de comprimidos da mesa e tomei dois. Tentei dormir.. Mal sabia eu, o que veria por aí..

Quando voltei a acordar, já era dia. O meu telemóvel tinha algumas chamadas não atendidas e todas de um número privado qualquer. Assim que voltei a receber a chamada do mesmo número, acabei por atender e ouvi atentamente às palavras do outro lado. Quase que paralisei quando me disseram que tinham encontrado Daniel morto. Engoli em seco e sentei-me na cama, controlando as lágrimas. Quando desliguei a chamada, olhei para o bebé, olhei em redor e caminhei até à casa de banho.

Arrumei todas as coisas que eu iria ter necessidade de ficar e guardar, que estavam naquele quarto e coloquei tudo numa mala. Meti roupa, livros, cadernos, armas, tudo e mais alguma coisa. Depois dirigi-me até ao resto da casa e guardei muitas outras coisas. Quando me vi com duas malas de viagem, coloquei-as no quarto dos meus pais e fui dormir.