Quarto de Alina

Rodei a fechadura e forcei-a. Antes de a abrir ainda lhe ia dar mais uma chance - Há caçadores a virem aí. A tua casa não é segura e ainda estás demasiado fraca para utilizares o teu poder - disse. Era bom que ela fosse sensata ao ponto de não por em risco a vida de Vane ao permanecer ali, sem mim.

Abanei a cabeça. Por uns momentos dei-lhe razão. Mas não queria sair daquela casa, não antes de acabar com tudo o que tinha a fazer. Além do mais, aquilo era algo o meu lugar, era a minha casa e da minha família. Seria assim tão dificil de não compreender isso?

- Caramba Alina, sai daí - não esperei mais e arranquei praticamente a fechadura da porta com a minha força. Empurrei ligeiramente a porta para trás e entrei na casa de banho - Estás a pôr em risco a segurança do meu filho. Não estou com disposição para as tuas fitas.

- Nem eu estou com disposição para as tuas merdas! - resmunguei com pouca paciência. Ele que se fosse lixar. Levantei-me do chão, com o pequenote bem junto do meu corpo e afastei-me. - Eu não vou sair da minha casa!

Olhei para ela num tom de censura - Não grites - Mas já era tarde mais. Vane já acordara e começara a chorar. Ouvir o seu choro agora era completamente diferente de quando ele nascera, bem diferente. na minha mente podia ouvir Lissa a tentar contactar comigo. Havia caçadores a surgir a oeste - Não estou a gozar, Alina. Ainda não tenho a energia restaurada das horas anteriores, não conseguirei dar cabo de tanto caçadores ao mesmo tempo. Sabes o que eles querem Alina! Caramba, eles querem o Vane! - E isso deixava-me apavorado.

Comecei verdadeiramente a entrar em pânico mal o bebé começou a chorar. Omg, omg, omg, o que é que eu tinha feito? Eu nem sequer sabia o que fazer para o tentar acalmar. Depois foi só ouvir as palavras de Drake para começar a ficar ligeiramente irritada. Se ele queria ir tanto embora, que o fosse! - Eu.. não.. quero.. saber! - voltei a gritar. Desta vez o bebé começou a chorar ainda mais. Pousei bruscamente, Vane, nos seus braços e afastei-me. - Queres tanto ir embora, então vai.. que morram os dois, quero lá saber mesmo. - sentei-me no chão.

A situação parecia começar a ficar descontrolada. Peguei em Vane e instintivamente abanei-o calmamente, afagando o seu corpinho pequeno. Alina não podia estar a falar a verdade. Baixei-me até ela. Drake, eles estão a caminho. Não conseguimos empatar todos. Dizia Lissa. Abanei a cabeça e toquei em Alina - Vou-me embora. Vem comigo. Vem com o teu filho, por favor.

Abanei a cabeça. Por mais que quisesse, todo o meu plano começava a ficar a cima de tudo... de tudo mesmo. Olhei para o bebé, nos braços de Drake. Vane era simplesmente lindo, quietinho e com uns ricos olhos cintilantes, apesar de ainda não se verem muito bem. Acho que não tinha coragem de o deixar. Mas.. - Vão vocês, eu depois vou ter à tua casa. - disse calmamente.

Ela fizera a sua escolhera e eu não ia perder mais tempo. Levantei-me bruscamente e segurei firmemente o pequeno no meu colo. Caminhei para fora daquela casa e por fim engoli a seco. Sabia que primeiro estava a segurança de Vane, mas era difícil deixar ali sozinha. Libertei-me desses pensamentos assim que o bebé começou a chorar novamente. Tentei acalmá-lo e segui caminho até minha casa.

Mal os vi fora daquela casa, apressei-me a levantar-me e a sair do quarto. Rondei a casa, até finalmente entrar no quarto do meu tio. Tirei uma mala e guardei tudo o que realmente interessava. Depois fui até ao quarto dos meus pais e fiz o mesmo. Eu sabia que ainda estava fraca para utilizar o meu poder, mas não podia perder aquela casa. Não a única coisa que realmente eu ainda tinha da minha família.

Entrei em casa, pronta a levar o bebé a dormir para um local que não os meus braços. Descalcei-me e deitei-nos a ambos, em cima da minha cama. Depois tapei-nos com uns lençois e fiz uns carinhos na sua cabecinha. Acabei por adormecer.

Acordei sobressaltada. Passara a noite toda cheia de pesadelos e depois o bebé começou a chorar. Entretanto começara a chover imenso. Amamentei Vane e meti-o para arrotar. Depois inspirei fundo, seguidas vezes e fui fechar toda a casa, janelas incluidas. Estava-se a formar, uma tempestade horrivel!

Era só o que me faltava. O bebé acabara por acordar com um trovão qualquer e para complicar mais a situação, um poste lá de fora tinha caído, logo, estava totalmente às escuras. Acalmei Vane, o melhor que pude, dando-lhe muitos mimos e embalando-o nos meus braços. Maldito tempo..

Acabei por ir explorar aquela minha casa. Encontrara várias coisas, como livros, fotos de família, coisas pequenas e algo simples e coisas grandes e muito elaboradas. Assim que entrei num quarto, reconheci-o logo como meu. Pelo menos, só tinha poucas, mas fotos minhas. Peguei num livro que dizia ''Phillips'' e abri-o.

Acabara por adormecer, perdida em todos aqueles livros estranhos. Era tudo tão confuso que pareciam temas tirados de um filme. Estava tão.. tão confusa.
Ao longo do tempo, algumas imagens passaram-me pela cabeça, mas nada de muito concreto. Acordei por acordar, por volta das três, quatro da manhã..

Como não tinha sono, levantei-me e fui explorar um pouco mais daquela casa. Não sabia muito daquele sítio e poucos eram os espaços que tinha descoberto. Mal saí do meu quarto, fechei a porta e olhei em redor. Suspirei. Aquela casa era um labirinto..

Quando voltei a entrar em casa, já era noite. Mal me deitei na cama, adormeci. Acordei no dia seguinte, com uma enorme dor de cabeça. Fui tomar banho e vestir-me.

Estúpido, estúpido, estúpido, aquele lobo era um estúpido.. pois ele iria ver. Mais cedo ou mais tarde ele ia ver.. Acabei por me ir trancar no meu quarto e fechei tudo o que tinha aberto. Desde janelas, precianas, tudo.. Abri o cofre que tinha no quarto e tirei de lá o diário do meu pai, juntamente com o do meu tio.

Eu morreria se fosse preciso, só e só para ter a minha vingança completa. Percebera que ele sabia, que eu me lembrava de algumas coisas.. do essencial, digamos. Não me interessava. Uma coisa era certa, eu queria-o ver sofrer.. Fechei os olhos e concentrei-me no batimento cardíaco de Jon.. o seu irmãozinho que fosse o primeiro a morrer, também.

Mal deixei de sentir o batimento de Jon, espreguicei-me na cama e deitei-me na mesma. Alguns minutos depois, acabei por adormecer. Quando acordei, já era dia.

Acabei por adormecer com o bebé no meu quarto. Tinha tido um sonho extremamente estranho e isso fizera-me acordar mais cedo do que o previsto. Suspirei e rodeei o bebé com almofadas e seguidamente fui comer qualquer coisa. Ao fim de algum tempo, vesti qualquer coisa e peguei em Vane. Saí dali.

Com muita pena minha, Daniel acabou por ir embora. Assim que desliguei todas as luzes, e coisas que só gastavam luz, subi até ao andar de cima. Tirei a minha roupa e deitei-me ao lado do bebé, abraçando-o com cuidado. Fechei os olhos e adormeci.

Entrei às escondidas na sua casa. Estivera a observar durante duas horas, há espera deste momento. Mirei-a com os olhos semi-cerrados por momentos. Até ela acordar, estaria com um sorriso cínico.

Remexi-me na cama pelo menos umas três ou quatro vezes. Não parava quieta era o que era. Puxei o bebé para mim. - Não, tu és feio.. - murmurei devido ao sonho que estava a ter. Até então, sentia-me meio que observada.. weird..

Chegou a altura em que aquilo deixou de ser divertido. Deixava isto para outra hora. Rodei os calcanhares e fui-me embora tão silenciosamente como quando chegara.