Exterior da Casa

Ficara corada durante uns momentos, mas logo abanei a cabeça e tentei dispersar qualquer pensamento menos apropriado.. Tinha ficado nervosa, durante aqueles segundos.
Assim que ele começou a caminhar até ao carro, virei costas e voltei para dentro daquela casa. Não sabia se me voltaria a lembrar das coisas, mesmo que os médicos dissessem que só era temporário. Fechei a porta atrás de mim e sentei-me no sofá.

Entrei no carro e suspirei. Que tinha eu em mente? Ainda ia fazer alguma estupidez - Vamos lá para casa, filhote - disse e segui até à minha casa.

Toquei à campainha. Tinha Vane nos meus braços ao colo, este estava acordado e remexia-se em parar. Mesmo sonolento, alinhei na sua brincadeira.

Tinha acordado dos meus pensamentos, ao ouvir a campainha. Ainda meio que lentamente, desci as escadas e abri a porta. Olhei para o rapaz.. shh.. - Drake.. - disse, tentando lembrar-me se era mesmo esse o seu nome. - Hey..

- Olá - murmurei e fitei-a. Ainda me dava vontade de estremecer ao ver a ua pele marcada pelo espancamento - vim só ver se estava tudo bem.

- Haam.. - apoei-me à ombreira da porta e acenei com a cabeça. Fiz uma careta. Apesar de tudo, eu acho que estava bem.. acho.. cocei o couro cabeludo. - Está tudo bem, obrigada. - olhei para o bebé. - Posso pegar?

- Hum, sim claro - Ajudei-a a pegar em Vane, já que o seu braço engessado não dava jeito nenhum. Fiquei por perto, só pelo seguro.

Agradeci a ajuda que ele me dera. Sorri para o bebé, mal ele meteu as suas mãos pequeninas em cima da minha cara. Beijei cada uma e seguidamente depositei um beijo na sua face. Alguns minutos depois, tive que voltar a colocar o bebé nos braços de Drake.. não que ele fosse pesado, mas ainda estava meio que fraca..

Olhei para a cena e sorri. Vane parecia reconhecer a presença de Alina tal como reconhecia a minha. Recebi-o de volta - Estás melhor, das dores e assim?

Passei a mão pela carinha do bebé e voltei a sorrir. Depois acenei com a cabeça. - Sim.. acho que sim. - disse meio atrapalhada. - Já não me doi tanto o corpo.. pelo menos os braços e as costas..

Mesmo depois de tudo o que acontecera entre nós antes daquilo tudo, eu não me sentia conformado nem desejara alguma vez que algo de mau lhe acontecesse - Lamento que isto tenha acontecido. Prometi a mim mesmo que voa ia proteger e não fui capaz, devia ter-te contrariado - Não te serve de nada essas palavras agora.

Como era óbvio, eu não me lembrava de nada do que se passava anteriormente ao acordar no hospital. As recoradações que tinha eram muito vagas e eram apenas de o espancamento. Pelo que optei por encolher os ombros e sorri. - Tá bem Drake, não faz mal..

O que raios se passava comigo? Porquê que agora não parava de dizer aquelas coisas? Estúpido. - Ham, bem... devo parecer um autêntico lunático, desculpa.

- Está.. - Abanei a cabeça várias vezes. Às tantas, já me tinha perdido no meio da conversa. O médico dissera que aquilo era normal, perder-me, assim.. - Não pareces nada. Não precisas de pedir desculpa.

Ainda não estava habituado à súbita simpatia e boa educação de Alina. Parecia tudo tão estranho - Pareceu-em que sim. Já estás baralhada que chegue, não é preciso eu complicar.

- É, não faz mal.. - cocei o couro cabeludo. E eu estava-me a tornar reptitiva, tinha a consciência disso. Olhei em redor e dei um passo atrás. - Vais entrar, ou vais embora?!

Encolhi os ombros. Não sabia bem se queria entrar na sua casa - Estava a pensar ir dar um passei com o Vane, antes. Queres vir?

Fiz um ar pensativo. Não me lembrava de ter dado nenhum passeio da minha vida, era compreensivel, dado ao meu estado, pelo que fiquei meio reticente ao assunto. Mas acabei por aceitar. - Eu.. está bem. Mas vou só trocar de roupa. - ainda estava vestida, com a de onde. Não trouxera nada de muita elaboração. Escolhi apenas um vestido branco e um casaco, para o caso de fazer frio. Depois foi só calçar os sapatos e voltei até ao exterior da casa. - Tá bem.. vamos..

Esperei por ela fora do carro. Já instalara Vane na sua cadeirinha na parte de trás - Prontas? - perguntei olhando-a - Então vamos.

Abanei a cabeça num claro sim. - Acho que sim.. - disse, ainda não tendo bem a certeza se aquilo seria bom. Entrei no seu carro, logo a seguir a ele e não resisti em perguntar-lhe.. - Vamos aonde?

Pûs a chave na ignição - Estava a pensar em ir ao parque, é mais calmo - respondi e de seguida arranquei com o carro até lá.

Assim que ele parou o carro em frente à minha casa, saí do seu carro e dirigi-me até ela. Procurei as chaves e abri a porta.

u_u notasse..

Aquilo é que era pressa. Ia retomar caminho para minha quando Vane começou a chorar obrigando-me a ir ver o que se passava.

Do carro até à porta de casa, ainda dava para ouvir, alguns gritos de Vane. Espreitei lá para fora e mirei. - Está tudo bem com ele? - perguntei, tentando suar o mais alto possível, de modo a que ele me ouvisse.

Tentei acalmar Vane, pegando-o ao colo - Sim, está tudo bem - disse, mas o pequeno não parava de choramingar. Tive que o embalar durante mais uns minutos.