Floresta

Estava no chão imovel, o arco de metal tinha caído da minha mão mas pouco longe de onde estava, lá tentei alcançá-lo.
Tentei-o distrair.
- Achas mesmo que é assim que me derrotas? Deixa-me advinhar... andas perdido pela cidade á procura de dona, épico de um rafeiro.
Finalmente Consegui agarrar no arco e disparei sem hesitar.
- Porra!
Tinha acertado no braço daquele cão.

Recuei assim que fui atingido. Raios. Raios. Raios.
Aquele caçador estava a enervar-me.
Tentei não ligar à dor que sentia ao mover-me e atirei-me mais uma vez para cima dele. Rasguei a sua camisola e deixei uma ferida aberta no seu peito. Rosnei cinicamente, caso ele fosse perceber. Depois dei uns passos atrás. Não queria matar o gajo, apesar de bem me apetecer. Eu não sou um assassino.

Ok. Irritaste-me agora.
Mesmo ferido queria-o ver simplesmente abatido. Como me ensinaram desde pequeno a fazer.
Caminhei até ele e por detrás dei um pontapé nas costas que o fez cair de barriga e batendo com a cabeça num rochedo ficando inconsciente.
Peguei no arco e apontei em sua direção. Até que algo em mim queria hesitar em matá-lo mas outro lado estava com fúria e vontade de aniquilar aquele ser fedorento.
- Foda-se!
Deixei-o ali, caído. E abandonei o local rapidamente com dores pelo rasgão que Drake fizera.

Maldito! Devia tê-lo matado assim que tive oportunidade. Maldita fosse a humanidade que ainda existia em mim. Apanhando-me desprevenido, acabei por embater no rochedo e desmaiei. Quando finalmente recuperei os sentidos estava na minha forma humana e não estava ai mais ninguém - Porra - Levantei-me e dei um murro no tronco de uma árvore. Sem pensar duas vezes, corri até casa, tendo a certeza que não estava a ser seguido.

- Se eu quiser virar ou não, comida de cão o problema é meu. Solta-me! - pelo caminho até à floresta, não parei nem um minuto a gritar-lhe e a tentar fazer com que me soltasse. Felizmente e com alguma sorte, tinha conseguido levar comigo o diário do meu pai. - Larga-me seu estúpido!

- Isso deve ser um ''obrigado'' oculto. - Disse.
- Tu deves ter um parafuso a menos, o cão estava a atacar-te e tu na boa?! - Ri ironicamente.

Revirei os olhos. - A pessoa a quem tu chamas de cão, tem nome. O nome dele é Drake e agradecia que lhe tratasses por tal. - é que só podiam estar a gozar comigo. - Não sei de onde tiraste essa ideia ridícula de ele me estar atacar, mas podes parar já por aí.. nós só estavamos.. coise.. a fazer sexo ok?!

Por momentos fiquei paralisado.
- Tu o quê? Tu és maluca miúda? Com um lobisomem? A sério... - Sacudi a cabeça.
- Tu so podes estar a gozar com a minha cara, a teres relações com um rafeiro de treçeira categoria ?! É bem! - Disse irritado.
- Boa Derek! Tu és mesmo inteligente! Porque raio não o matei quando tive oportunidade?! - Questionei-me.
E sentei-me atrás de uma árvore.

- Ele não é nenhum lobisomem! Ele é uma pessoa como outra qualquer que não tem culpa nenhuma de se transformar em lobo. - olhei-o. - Que mal tem? Confio nele. Não me fez mal nenhum, e eu estava a gostar.. - e tu tiveste que vir e estragar tudo.. Fiz de conta que nem sequer ouvi a última coisa que ele dissera.

- Tu não sabes o que ele é, aliás, não sabes nem nunca estarás a salvo com um lobisomem, ele pode-se transformar em qualquer hora... E tu pensas que eu caço lobisomens porque me apetece? - Disse.
- Espero bem que tenha ficado todo partido, ainda por cima anda aí na boa a vulgarizar a sua raça de merda. - Falei.

- Mas tu deves pensar que estás a ensinar português a quem? Vai-te lixar! Sei bem no que me meto e não és tu que vais vir aqui e dizer o contrário. - agora só me interessava ir ver de Drake. - Muito obrigado por quereres me ''salvar'', ajudar, sei lá, mas eu não preciso da tua ajuda, nem nadacom que se pareça.. Como te disse, eu confio nele..

- Não fales de coisas que não conheces.
- Agora não vais a lado nenhum, está escuro ainda te perdes e magoas, vamos passar aqui a noite, por isso aguenta.
Peguei nuns paus secos, juntei-os e tentei fazer uma fogueira.
- Ta aqui o meu casaco. - E atirei-lhe pra cima. - Deve fazer alguma diferença, não sei. - Disse.

- Oh claro, de coisas que eu não conheço?! - revirei os olhos. - Mas eu não quero ficar aqui! - mas se saíres agora, era fácil dares-lhe razão e perderes-te. Suspirei. Peguei no seu casaco e atirei-o para um local bem longe de mim. Sentei-me no chão e abracei-me ao meu corpo.

Era de manhã, e Alina ainda estava a dormir, então resolvi não fazer barulho e sair dali.
Fui pela floresta caminhar já que a conhecia bem.

Mal acordei já Derek se tinha ido embora. Boa, agora ia demorar uma eternidade para sair dali. Peguei no seu casaco, que há umas horas eu tinha afastado e vesti-o. Não ia andar semi nua pela rua né. Depois de dar voltas e voltas àquela floresta, consegui saí dali e voltei ao lago.

Corri a floresta quase toda á procura de Drake.
- Isto não fica assim. - Disse para mim.
Até que olhei adiante e vi uma casa grande e resolvi ir vasculhar.

Antes de ir rondar a casa resolvi ir ao meu esconderijo onde guardava o meu arco e trouxe-o comigo para prevenir alguma situação pois queria Drake morto, então segui caminho.

Caminhei lentamente até à floresta. Doia-me as costas e o peito, por isso parei e encostei-me a uma árvore. Tirei o telemóvel do bolo e fechei um dos olhos. O sol estava tão abrasador. Ainda era cedo para voltar a casa, sem estar lá o meu tio e puder descansar.

Depois de acordar fiz o mesmo com Lana. A pedido dela ia mostrar-lhe a floresta, mesmo que ela odiasse acordar por ordem dos outros. Já estávamos a caminhar há algum tempo na floresta até que avistei Alina.

Vi Drake pelo canto do olho e alguém, não percebi muito bem quem, algures por ali. Revirei os olhos. Só esperava que nenhum deles viesse para aqui e sim que fossem para outra direcção. Olhei novamente para o telemóvel e suspirei.

Podia opercebr pelo olhar de Drake que ele conhecia aquela rapariga, mesmo que o estivesse a tentar disfarçar. Que se lixasse. Agarrei na sua mão e fomos até mais perto da rapariga - Hey - Sorri simpáticamente, já que ela estava com ar de poucos amigos - Sou a Lana, e já que o Drake não me quer apresentar, quem és tu?

Olhei estupefacto para Lana. Maldita fosse ela por ser tão intrometida.
- O que é que se passa Alina? - Perguntei, vendo que ela não estava com o seu "ar" normal.

Eu devia ter mesmo um azar do caraças. Olhei para ambos e depois olhei para o chão. Voltei a por os olhos naqueles dois. - Hum.. Sou a Alina. - disse baixinho. - Não se passa nada. - falei secamente.

Ela parecia em baixo, ou algo do género. Sabia que era melhor afastar-me e deixar que Drake tratasse disso, por isso, afastei-me e despedi-me da rapariga, tomando o rumo contrário do caminho e sai da floresta.

Vi Lana ir-se embora e sentei-me ao lado de Alina.
- Porquê que eu não acredito nisso?