Hotel

Deixei Kim à porta o hotel onde estava hospedada. Esperava que ela saísse do jipe e se pusesse a a dar dalí para fora. Tinha todas as razões para isso. Por isso apanhou-me desprevenido quando veio até mim e me beijou.
- Não morri e ressuscitei em vão, não é? Queres subir até lá acima comigo?
Sorri ligeiramente e desliguei o carro subindo com ela até ao seu quarto.

Kim era muito mais do que uma rapariga divertida. Era maravilhosa. Passei o resto da noite naquele quarto e não houvera quase um minuto em que tivéssemos estado parados. Quando, finalmente, Kim adormeceu por cima de mim, afastei-a suavemente e vesti todas as minhas roupas e saí do quarto. Deixei um pequeno cartão antes:
Desci e saí do hotel. Voltei para casa.

Entrei no hotel com as malas aviadas e fui em direcção à bancada de atendimento para fazer check-in. Pretendia ficar por lá algum tempo antes de começar a ver por alguma casa para ficar, mal recebi a chave do meu quarto subi e pousei as malas. Não queria perder tempo e o tempo para mim não interessava neste primeiro dia e fui passear por Strange.

Assim que percebi que estava livre de Alina, levei alguns minutos a reunir algumas coisas. Subi até ao quarto de Kime bati à porta. Sorri de imediato assim que ela abriu a porta e se agarrou a mim, beijando-me. Fechei depressa a porta pós entrar no quarto.

Saltitei por todos os corredores daquele hotel, até encontrar finalmente a porta do seu quarto. Espreitei pelo buraco da fechadura. - Não devias fazer isto, Alina. - revirei os olhos. Dennis não sabia do que falava. Pois eu iria para o manicómnio, mas antes ia fazer aquele Drake lixar-se. Voltei a olhar para o buraco da fechadura e cerrei os punhos. Agora, era só esperar que a rapariga se contorcesse toda..

Já estávamos naquilo há algum tempo. Primeiro falámos, depois beijámo-nos e agora estávamos em cima da cama. Beijei o seu pescoço, depois desapertei um botão da sua camisa até que Kim começou a gritar e contorcer-se na cama. Lágrimas derramaram-se da sua face. Oh não... não demorei muito a entender o que se passava - Maldita sejas - Fechei os olhos e conjurei o fogo, pensando em Alina. Mandei-o cercá-la e então senti o seu cheiro. Fui abrir a porta e empurreia contra a parede - Para já com isso.

Não me importava se ele me estava a magoar, ou se me assustava com aquele tom. Continuei a concentrar-me na rapariga e a ver-se contorcer-se toda na cama. Os seus gritos, eram como música para os meus ouvidos. Olhei para Drake. - Shh.. antes de voltar para o manicómio, apetece-me matá-la. E sabes, se acabares tu por me partires toda, ao menos vais partires-me todo infeliz e eu vou morrer toda feliz.

Maldita, maldita fosse! Os gritos de Kim não paravam e ela agora chamava pelo meu nome. As chamas rodeavam-me e Alina também. Os meus pulsos começaram a queimar sua pele - pára com isto, já, por favor.

Semicerrei os olhos, devido aquela pequena dor que se começava a formar.
- Não me apatece Drake. - comecei a chorar. - Eu quero matá-la e quero que tu também morras.

Chegou a uma altura em que os gritos de Kim pararam. Olhei para trás, vendo-a inverte na cama com sangue a escorre da boca e do nariz. Tolhi-me de dor. Afastei-me de Alina e corri até Kim. Peguei nela e murmurei várias coisas. Ela não podia estar morta, não!

Olhei para aquela cena toda. Aquilo metia nojo. - Coitadinha. - revirei os olhos. Eu tinha a certeza absoluta que a rapariga estava por um fio. Seguidamente, estiquei o meu braço e apontei a minha mão a Drake. Ele que morresse também.

Contorci-me de dor assim que senti uma pontada no coração. Virei-me e olhei para Alina. Direccionei todo o meu poder, vendo chamas apoderarem-se da sua roupa - Se morrer não será às tuas mãos, cabra - Respondi e corri até à kitchenet, tirando uma grande faca e apontei-a ao meu peito.

Tentei apagar aquele fogo, mas nada funcionava. Onde é que estava o meu querido amigo imaginário, quando se precisava realmente dele? Olhei para Drake e corri até ele, empurrando-o contra o chão e atirando a faca para o canto do quarto. Comecei às bofetas à sua cara. - És um estúpido, um cabrão, merdoso.. filho.. - semicerrei os olhos, quando senti uma forte dor nas minhas costas. - Merda.. - olhei para a rapariga, completamente desmaiada. Conseguia ouvir a sua respiração. Antes de me levantar, arranquei a pulseira que Drake tinha no pulso e fui-me embora dali.

Merda, merda, merda. O meu instinto só me dizia para ir atrás de Alina e matá-la de uma vez por todas. Mas os meus pensamentos caíram por terra assim que ouvi um susurro fraco - Drake....
Levantei-me a algum custo e vi que Kim estava a respirar. Apressei-me a pegar nela ao colo e gritei para que chamassem uma ambulância.

Entrámos no quarto dele e tranquei a porta. Kim estava a par do meu plano de vingança e sabia que ter sexo com Alina fora um passo para isso. Compreendia, apesar de não gostar.
Aproximei-me dela e beijei-a meigamente. Acabámos na cama.

Quando voltei Kim ainda estava a dormir. Aproximei-me e acordei-a com pequenos e suaves beijos. Ela ronronou e abraçou-se a mim, beijando-me. Só aquele simples gesto deixava-me quente. Impressionante.
- Temos de fazer uma coisa. Dá-me a tua mão.
Ela assim o fez. fechei os olhos e concentrei-me em pensar. As palavras em latim apareceram automaticamente na minha mente. Eu tinha consciência daquilo que acabara de fazer. Kim abriu os olhos, como que dizendo eu também o sentira.
- Já há muito que te devia ter dito... Nós, lobos, temos uma espécie de maldição que nos surge sempre que conhecemos a nossa alma gémea. É um bocadinho creepy, eu sei, mas agora as nossa vidas estão unidas, Kim. Amo-te - Era a primeira vez que punha aquilo em palavras.

Eventualmente tivemos que sair daquele quarto de hotel. Fi-lo na manhã seguinte. Kim saiu para se encontrar com umas amigas e eu simplesmente saí para espairecer. Por isso fui até ao centro da cidade.

Voltei ao hotel. Kim ainda estava no quarto, a arranjar-se para sair à noite. Não consegui dizer-lhe que não. Vesti-me também e mais tarde, já de noite, fomos jantar fora.

Acordei com uma enorme ressaca na manhã seguinte. felizmente para mim o alcool dilui-se mais rápido no meu sangue, pelo que no fim da manhã já deveria estar bem. Não seria o mesmo para Kim.
Fui tomar um banho e vesti-me. Tinha uma mensagem de Jackson no telemóvel. Ugh, lá ia eu novamente.
Saí do quarto.

Não podia estar mais irritado. Estava a ser uma manhã de merda.
Assim que entrei no quarto percebi que Kim estava a tomar banho. Despi as minhas roupas e fui-me juntar a ela.

Nessa tarde Kim acabou por adormecer, cheia de dores de cabeça por causa da ressaca. Sem nada para fazer fui sentar-me na varanda do hotel a fumar. As palavras de Jackson continuavam na minha cabeça. Havia qualquer coisa a bater mal naquela história, eu não podia simplesmente ser o pai daquela criança.

Os problemas continuavam sempre a perseguir-me, sempre. Tentei não pensar nisso mas revelara-se um problema. Nem Kim conseguiu descontrair-me e desta vez tive que recusar sair com ela. Surpreendente ela preferiu fica comigo, no quarto, sabendo que não lhe ia ser grande companhia. Acabámos por passar assim a noite e Kim conseguiu mesmo animar-me.
De manhã saí bem cedo.

Cheguei ao hotel ainda a tempo de acorda Kim. Surpreendi-a com um beijo e depois mais uns quantos, até a despertar por completo. Depois de tanta lamechisse surpreendi-a com o pequeno-almoço na cama. Contudo durou pouco tempo. Ela tinha coisas combinadas com uma amiga e teve de sair. Minutos depois recebi o sms de Jade e fui ter com ela.

Na manhã seguinte insisti para que Kim ficasse no quarto, a repousar. As palavras do médico ainda estavam bem presentes na mina mente, principalmente as que ele me dissera em privado "O coração dela está realmente fraco, não sei se poderá melhorar muito. Talvez ela nunca mais possa dançar ou fazer grandes esforços". Era tudo culpa minha. Se nunca a tivesse levado para casa Kim não teria conhecido Alina e não teria morrido duas vezes. Era essa a causa da sua fraqueza. Uma morte mais e seria definitivo. E desta vez morro eu com ela, pensei devido à ligação que agora os dois partilhávamos. Tinha de me assegurar que isso não aconteceria.
Despedi-me dela e saí do quarto de hotel.