Campo

Suavizei a minha expressão e fiz-me todo sorridente.
- Isso e talvez ainda desse a tua carne a cães, pois de certeza que teria um gosto horrível para os lobos comerem. - Não que eu alguma vez tivesse magoado humanos, ou o pensasse fazer. Mas preferia que ela tivesse medo de mim, seria melhor.

- Tens de deixar de ser tão arrogante. Essa tua tentativa de ser super macho e mauzão não me faz qualquer efeito. - cruzei os braços ao peito. - És um chato, é o que és..

Infelizmente, pensei para mim - Não é tentativa. Eu sou mau e gosto de ser arrogante - Revirei os olhos e comecei a caminhar para fora do campo, murmurando algo como - Pior chata és tu... - E segui caminho até casa.

- Hey, hey, hey.. não te vás embora! - e sem que ele estivesse a espera, peguei nas minhas moletas e segui-o. - Espera por mim, seu chato!

Continuei a andar, apenas abrandei o passo.
- O que é que queres agora? - Perguntei num tom seco.

- Isto. - Larguei as moletas e atirei-me para cima das suas costas. - Vá lá. Tenta ser menos arrogante e vais ver que vais ser muito mais feliz na vida!

Hein, que a gaja gostava de abusar - Hum, desculpa mas não - Sacudia-a das minhas costas e virei-me para a fitar - Sabes que mais? Eu não preciso de ser feliz. Melhor, porque é que tu achas que eu não sou feliz. Já disse e volto a dizer: tu não me conheces.

- Errado meu caro. Toda a gente precisa de ser feliz. Nem que seja uma vez na vida. - revirei os olhos e bufei. - Eu não preciso de te conhecer, para dizer se tu és ou não feliz. - Este tipo estava-me a começar a tirar do sério. - Irrita-me tanto que não consigas ser um pouco educado comigo. Eu não te fiz mal nenhum!

Decidi ignorar o que ela estava para ali a dizer. Não precisava que ninguém me disse-se nada que eu já não soubesse. Mas não importava - Educado não consta no meu dicionário, rapariga. Principalmente quando se tem uma gaja qualquer a chatear-te.

- Oh, isso é bué mau! Mas, não interessa, eu gosto de te chatiar. - confesso que já começava a ficar meio.. frustrada. - Ainda vamos ser bons amigos, vais ver que sim. - peguei na sua mão e puxei-o para mim. - Vamos dar uma volta! - quase que gritei histéricamente.

- Tu gostas muito de mim, já percebi - Provoquei, com um ar convencido. Parei e fi-la parar também - Não vamos dar volta nenhuma nem vamos ser amigos. Não sei qual é o teu problema, a sério, mas afasta-te de mim. És da família de caçadores, e isso chega-me.

- E gosto mesmo! - sorri abertamente. - Tu não devias contrariar uma miúda que a cada vinte minutos, tem mini ataques de bipolaridade. Já para não falar que eu posso dar-te um golpe de karaté e depois cortar-te os.. - fiz um ar pensativo. - Tu sabes.. aquilo.. - apontei bem para o centro das suas calças. - Tu percebeste..

- Que sorte a minha.
Resmunguei sarcasticamente.
- Tenta só... Só não vais é continuar viva para contar a história.

Agarrei-me ao seu braço e fiz de forma a que ele não se soltasse tão fácilmente de mim. - Oh, não sejas mau! Tu nunca tocarias aqui na tua amiguinha.

Podia muito bem afastá-la de mim, mas não queria ser assim tão bruto. Ao invés comecei a andar com rapidez a ver se ela se conseguia aguentar assim, sem as muletas - Experimenta que logo vês.

Semi cerrei os olhos ao sentir a forte dor no joelho. Em resposta mordi-lhe o braço. - Um dia destes exprimento sim! - gozei.

- Agora és vampira ou quê? - Nem sequer me esforcei em esconder o nojo ao dizer tais palavras - Como queiras... - O mais gentilmente possível fi-la largar o sue braço do meu - Agora, se nao te importas, tenho coisas a fazer e tu estás a atrasar-me - Revirei os olhos e caminhei até casa.

- Secalhar. - revirei os olhos. - É está bem, tu lá sabes. - dei meia volta a lá fui eu, feita asno buscar as minhas moletas. Ainda demorei algum tempo ali a ver se aparecia alguém para chatiar, mas fui-me embora. Estava tarde.

Depois de almoçar, peguei no diário do meu pai e saí para o campo. Queria-o ler em paz e sem muitos rodeios e como o campo tinha pouca gente, àquela hora, sentei-me num banco ainda meio longe de tudo e de todos.

Tinha seguido uma réstia de odor de Alina até aqui. Estava bem-disposto, o que não era absolutamente nada normal, e apetecia-me alguém com quem falar. Caminhei pelo campo tentando descobrir onde ela se metera. Assim que a avistei aproximei-me por trás - Buh! - Ri-me e contornei o banco, sentando-me a seu lado.

- Finalmente, encontrei um lugar para me sentar e relaxar. - Disse.
E aproximei-me de um banco que lá estava e relaxei um pouco.

Só tirei o olhar do pequeno diário do meu pai, assim que me assustei com o ''buh'' de Drake. Revirei os olhos e continuei a ler. - Já vi que estás de bom humor. - proferi.

Fui ao campo e imediatamente avistei Derek.
- Olha quem é ele. - Disse.
- Posso me sentar aqui contigo? - Perguntei.

- Ya, claro que podes. - Respondi.
Movi-me para a direita de modo a Zoey ter espaço para se sentar.
- Então como vai isso? - Perguntei.

- Obrigado.
- Aham, está tudo bem desde ontem, tu é que pareces um vagabundo olha-me para esse cabelo todo despenteado. - Disse.
Levantei-me e fui concertá-lo.
- Pronto, agora está melhor - Sorri.