Campo

- Bem, se eu disse que tu não eras útil, então o antónimo de útil é inútil. - coloquei um sorriso maior que sei lá o quê. - Yeah.. deve ser isso..

- Sim, eu percebi isso...
Revirei os olhos e observei o amplo campo que se estendia à nossa frente.
- Bem, sendo assim, já que sou inútil, para a próxima vez que te espatifares não estarei lá para ver se estás bem.

- Oh claro e achas mesmo que me importo com isso? - revirei os olhos. - Tu foste insensível comigo! Toda a gente vai com a minha cara.. pash.. seu insensível!

Desta vez olhei para ela, já com um brilho de atrevimento no olhar.
- Ah,eu não vou com a tua cara mas a questão é, tu vais com a minha?
Mirei-a, não esperando qualquer resposta.
- Sou insensível mas pelo menos não sou um chato de primeira, ou brinco com paus!
Continua assim, afasta as pessoas, sê o insensível que mostras ser...

Arqueei a sobrancelha. - Eu já te tinha dito que ia com a tua cara. - além de insensível, era um esquecido de primeira! - Eu posso até ser chata e brincar com paus, mas ao menos não sou um forever alone, que só está bem em afastar o povo!

Mas eu queria que não fosses, pensei. Não gostava de ter pessoas perto de mim. Era mais fácil desse modo.
- E como é que tu sabes se sou ou não um forever alone? Não me conheces, moça.

- Oh filho, todos os lobisomens são uns sozinhos do pior. Pelo menos aqueles que conheço.. - cocei a cabeça. Não queria ter dito aquilo. - Mas se não fores, uau.. parabéns pela evolução!

Olhei para ela e agarrei-lhe no braço bruscamente - O que é que tu me chamaste?
Fiquei a pensar se sériamente ela podia ter descoberto por mim. Mas não, era impossível. Larguei-a.
- Não sou nenhum lobo. Para além de chata, és louca. Deves ter muitos amigos assim, deves...

- É preciso mesmo que repita? Tens cera a mais nos ouvidos é? - gargalhei. - Deve ser isso deves. - e só mesmo para o picar: - Lobinho..

- Pára de me chamar isso, Alina.
Disse num tom de voz que não era para brincadeiras.
- Sou de carne e osso, não vejo pêlo por todo o lado - Retruquei não gostando anda que ela tivesse invocado aquele tema de conversa.

- E esta era a parte em que tu me perguntavas como eu sabia disto tudo e depois eu armava-me em super boa e inteligente e depois pronto.. - calei-me por uns momentos. - Oh, desculpa, não queria que ficasses chatiado.

Não evitei revirar os olhos e bufei.
- Pára. Pára agora. - voltei a agarrar-la, desta vez no sue pulso, e com alguma força - Começa logo com a explicação, então.

(vou ter de me ausentar por algum tempo)

Semi cerrei os olhos ao sentir a sua mão pressionar o meu pulso. - Se eu te contar provavelmente tu vais ficar zangado e secalhar nunca mais vais querer falar comigo e bem, para todo o caso, vais ter de prometer que isso não acontecerá. - murmurei. - E será que me podias largar? Estás-me aleijar.

Raios! Semicerrei os olhos e lá concordei.
- Prontos, eu prometo que depois falo contigo na mesma.
Larguei o seu pulso, já nem dando conta que a poderia estar a magoar.

Sorri contente e arrastei-o praticamente até a um banco. - Ora bem.. digamos que.. - como é que se contava a uma pessoa de que raça fosse, que se vivia numa família de caçadores?! Não se contava! Revirei os olhos. - A minha família é uma família de caçadores e.. de começo não dei por nada, mas depois.. depois foi fácil!

Revirei os olhos para mim mesmo. Tinha logo de ser uma família de caçadores.
- Diz-me como é que foi fácil?! - Perguntei, já sentindo alguma da fúria invadir-me.

- Não sei.. o meu tio está sempre a dizer-me que mesmo que eu não seja uma coise.. sei quando vocês, são o que são.. - suspirei. - Acho que foi mais um palpite, quando disse aquilo, que disse. Só que nunca pensei que fosse verdade. - arregalei os olhos.

Levantei-me do muro furioso e dei um murro na primeira árvore que vi à frente. Depois voltei até Alina. - Pois bem, é verdade. Feliz agora? - Obriguei-me a acalmar-me, senão ainda corria o risco de me transformar ali e agora - E ficas já aqui avisada que é melhor que ninguém da tua família venha atrás de mim. Ou qualquer caçador, sei lá... Raios.

Mas porque é que eu tinha que abrir a minha grande bocarra?! Não era mais fácil mentir-lhe?! - Tu deves pensar que eu não tenho mais nada que fazer, que andar a chibar-me aos meus tios e primos que conheci uma raça inimiga. - revirei. - A sério..

Revirei os olhos e aproximei-me dela. Perigosamente perto.
- É bom que não, moça porque seu eu sei que fizeste isso, a primeira pessoa a quem eu vou exigir uma explicação vais ser tu - Murmurei num tom bastante irritado.

Cerrei os dentes e dei-lhe um estalo na cara. Ok, aquilo tinha sido estranho. - Mau.. já te disse que não sou dessas. Não tenho interesse nenhum em dizer o que quer que seja sobre ti..

Fechei os olhos durante um segundo assim que ela me deu o estalo. Felizmente para mim aquilo não doía muito - Vejam só, a menina tem força - Gozei descaradamente - Então prontos, espero que mantenhas essa palavras.

- Olha tu não me gozas ok?! Olha que dou-te porrada! - ri-me. - Está descansado. Eu dou-te a minha palavra, de loira oxigenada, que não vou contar nada a ninguém.

Ela parecia divertir-se com tudo aquilo. Bom, eu não. Continuei com a mesma expressão séria - Palavras não me dizem nada, prefiro actos. Ou seja, não abras a boca.

- Oras, não sejas tão chato, relaxa! - fiz um sorriso ainda maior. - Se eu contar o que me vais fazer? UUUh.. deixa ver.. vais-me partir toda e cortar-me aos pedaços.