sala

Espreitei lá para fora, pela janela. Ela ia ficar ali? Fui novamente até ao frigorifico, mas desta vez, em vez de um grande bife, tirei uma garrafa com sangue. Beberiquei-a lentamente e sentei-me no sofá, acariciando o corpo esbelto do meu jaguar.

Depois de permanecer algum tempo lá fora acabei por entrar na casa. A porta estava destrancada e entrei, vendo-o sentado num sofá. - Não serves nada aos convidados? - perguntei meio cinicamente.

Estava a mudar de canal, quando me apercebi da presença de Katie. Acariciei novamente o pêlo sedoso do meu jaguar. - Tens mãos, pés e tudo mais. Acho que não te falta nada, por isso, serve-te a ti mesma.

- Hm que simpático. - ironizei revirando os olhos, cruzei as pernas e fitei a televisão.

- Dizem que sim. - Deitei-me no sofá onde eu habitava e seguidamente, puxei o meu animal para o pé de mim. À medida que acariciava o seu pelo, dei conta das notícias que percorriam o mundo e não só Strange.

- És tão... irritante. - resmunguei olhando para ele por momentos. Suspirei e voltei a olhar a televisão, apesar de não estar a prestar atenção nenhuma.

Olhei para os dentes do felino e depois olhei para ela. Sorri, com um grande sorriso nos lábios. - Eu sou tão irritante e é por isso mesmo que me adoras e que estás aqui, neste preciso momento.

Abanei a cabeça preguejando mentalmente, suspirei e levantei-me. - Ok. Adeus! - resmunguei e sai daquela casa.

Depois de ficar algum tempo a vaguear pelas ruas da cidade, fui ter à casa de Jake, toquei à campainha e fiquei à espera.

Atirei o pacote de plástico para o lixo e fui abrir a porta. Não estava admirado com a presença de Katie, já que eu o previa. - Vieste. - ajeitei a toalha à cintura.

- Sim. - passei por ele entrando dentro da casa mesmo sem ele ter propriamente convidado a que eu entrasse.

Fechei a porta. - Como queiras. - atirei a minha toalha para o chão e fui vestir uns boxers. Sentei-me no sofá. - Diz-me, o que fazes aqui?

Sentei-me também no sofá, encolhi ligeiramente os ombros e virei a cara para ele. - Vim chatear-te. - disse como se fosse a coisa mais natural do mundo e cruzei as pernas.

- Não me resistes, facto. - nos meus lábios apareceu um sorriso convêncido. Coloquei os pés em cima da mesa da sala e acendi a televisão.

Revirei os olhos. - Con-ven-ci-do. - soletrei bem lentamente. - E tu é que disseste que podia vir, por isso tu é que não me resistes. - retorqui.

Virei-me para ela e ri-me. - Con-ven-ci-da. - fiz o mesmo joguinho que o dela. - Eu disse, não te obriguei a vir. Acho que afinal quem não resiste a quem és tu.

Fiz uma careta quando ele me imitou seguida de um revirar de olhos. - Não! - resmunguei. - És tu!

- Tu estás na minha casa, logo, és tu! - espreguicei-me no sofá e voltei a tomar atenção à televisão. - Não me apetece discutir isso.

- Não... - disse mais uma vez e cruzei os braços. Mesmo a dizer que não ter vindo à casa dele demonstrava praticamente o que ele estava a dizer, o que não era verdade... - Chato! - resmunguei.

Não me dei ao trabalho de lhe responder devidamente bem. Apenas lhe disse: - Estás mal, muda-te.

- Não me apetece. - resmunguei revirando os olhos e fitei a televisão.

Voltei a virar.me para ela e fiz.lhe uma careta. - Não me apetece. - imitei.a.

Fiz-lhe outra careta e rosnei-lhe para o chatear. - Pára de me imitar, só sabes fazer isso?

- Sei fazer muitas outras coisas. E coisas muito mais interessantes. - olhei.a com uma tira de malicia.