Floresta

- Experimenta fazeres algo e vais ver que acabas cortado aos bocados no meio da floresta. - Disse friamente.
- Jade, vamos sair daqui não quero que vejas coisas, enfim. - Disse puxando-a pelo braço.
Mal vi Alina a ir-se embora.

Rosnei e olhei-o, cerrando os punhos - Queres mesmo apostar, cabrão? Tenho a certeza que os meus caninos iam adorar rasgar a tua pele.
Revirei os olhos - Isso, foge.

vou ficar off...

Fui para a frente dele e olhei para baixo visto que ele era ligeiramente mais baixo que eu.
- Não apostes em algo que sabes que não vais conseguir, eu que adorava arrancar-te os olhos com as minhas próprias mãos e não estou a fugir de ti afinal não passas de um rafeiro que ainda está a aprender a usar os dentes. - Falei encarando-o para baixo rindo-me.

Num movimento rápido agarrei na sua mão e virei-o, prendendo-o. Fiz apenas alguma força para o magoar, mas não em demasia.
- Ouve bem, Derek, se ainda não te mostrei os meus lindos dentes é porque ainda tenho uma réstia de respeito pela vida humana e não quero matar um. Mas há sempre uma primeira vez para tudo e dado que és muito menos resistente do que um vampiro não terei problema algum em matar-te - Larguei-o brutamente, fazendo-o cair no chão.

- É impressão minha ou estás a tentar intimidar-me? Eu tenho um alto vasto historial de lobisomens que já aniquilei e digo-te eram o triplo de ti e é com esse dialogo de xaxa que ganhas o meu medo? - Ri denovo.
- Se eu quiser amanhã as escadas serão o teu maior obstáculo, se é que me entendes, não passas de um lobisomem com calor na passarinha - Falei dando um murro mesmo nos dentes de Drake.

- Não preciso do teu medo para nada. Aliás, só quero que deixes de ser um imbecil e desapareças, mas isso seria tornar-me a vida fácil, não é?
Respondi cinicamente, contemplando-o com a mesma atitude.
- Tenta só, cabrãozinho e amanhã já não terás sequer o pau para te entreteres... - Respondi, até que ele me esmurrou fazendo-me cambalear ligeiramente para trás. Não me afectara assim tanto. Acabei por me rir da sua cara patética.

De seguida ri-me para o alto e fortemente dei-lhe outro murro que o fez sangrar do nariz.
- És fraco. - Disse-lhe. Peguei na sua cabeça e mandei-a contra a árvore fazendo-o deitar sangue da boca e mandei-o pro chão.
- És assim tão bom que nem dás luta. - Ri.
Peguei no tronco e fortemente dei-lhe com ele na barriga e dando mais um murro fazendo com que ele esfregasse a cabeça no chão.
Levantei-o ao de cimo para o mandar para longe mas ele estava inconsciente não se movia.
Olhei para Jade ela mal falava, mandei Drake para cima de uns espinhos.
E aproveitei peguei nela e levei-a para bem longe dali.

Estava a levar uma grande tarei mas resistia a cada impulso de me transformar. Sabia que a minha sede de sangue faria com que perdesse a cabeça, e quiça, ainda me virasse contra Jade. Por isso não ripostei e levei um bela sova, sentindo várias partes do meu corpo a latejar de dor. Não cheguei a ficar inconsciente, mas mantive-me no chão até ouvi-los bem longe de mim. Só então levantei-me e sacudi-me tentando controlar-me. Se já antes queria matar Derek então agora o meu instinto era mesmo fazê-lo sofrer cada pedacinho de tal morte. Mas não, decides ter compaixão daquele humano convencido... Ignorei-me a mim próprio e fui para casa.

Percebi que ele não ia fazer nada. Por isso simplesmente corri. Corri corri corri. Entre todos os arbustos, todas as árvores. Percorrendo toda a floresta, todo aquele espaço que por sinal, passados 19 anos naquela cidade, nem conhecia. E não queria invocar os meus estúpidos poderes. Nunca o fizera sem os meus pais e não queria voltar a fazer tão cedo. Acho que se passaram horas naquela floresta, até eu admitir que estava perdida. Não havia sinais de Drake, Derek, Alina. Ninguém. Sentei-me no chão a chorar, e quando as lágrimas finalmente pararam, procurei o meu telemóvel no bolso, sem saber bem a quem ligar. Foi naquele momento que percebi que o deixara no cemitério. E pronto, fiquei sozinha. Perdida.

Só eu para me esquecer duma merda dum telemóvel no meio da floresta! Procurei, procurei, até o encontrar. Infelizmente não era só isso que tinha encontrado. Também tinha encontrado Jade, sentada e com ar de poucos amigos. Estava com a cara mais deslavada que sei lá o quê. Com um sorri divertido nos lábios, caminhei até ela.
- Oh, então o que é que foi? O Drake e o Derek não te querem, é?! Pobrezinha.. Não tinha pena nenhuma. Devias morrer sozinha mesmo, sua cabra!
- Sabes, homens há muitos e bem.. apesar de ninguém te querer mesmo, bom, os milagres existem, né. Se bem que tu és um caso perdido. Mas, não te sintas insultada com as minhas palavras. Vê isto como uma forma de obter cultura e inteligencia.
E dei meia volta e saí dali toda contente.

(ULALALALALALAL U,U)

Estava com toda a pica para lhe responder. Forte e feio. E não só nas palavras, mas também com violência. Apesar de nunca recorrer a esse meio, com ela teria de ser. A diferença é que ela nem foi capaz de ficar lá para ouviu. Saiu dali sem ser capaz de ouvi-las. E eu também não tive paciência de ir atrás dela. De facto, provavelmente não teria paciência para fazer nada daquilo. Ou coragem. Mas vontade não me faltava. O que eu queria, mesmo, mesmo, mesmo, era que alguém me ajudasse. E talvez ela tivesse razão. Talvez eu não passasse só de uma rapariga que nem valia a pena ter esperanças. Levantei-me e segui-a devagar, sem ela se aperceber. Arranjado maneira de sair dali e voltar para casa, onde simplesmente me atirei para a cama sem nada que me apetecesse fazer.

Depois de me ter cruzado com aquele rapaz a minha sede de sangue tinha aumentado consideravelmente, ainda por cima já não me alimentava em condições à algum tempo. Depois de passar por minha casa fui dar uma volta até à floresta, assegurei-me que não estava lá ninguém que me pudesse ver e apanhei um animal qualquer que andava por ali perdido. Suguei todo o seu sangue até à última gota e lambi depois os lábios até não restar mais nada. Tão bom.

Estava a andar pela floresta numa paz e tranquilidade absoluta quando ouvi um pequeno barulho e logo me meti alerta. Espreitei por uma brecha e vi uma rapariga a sugar todo o sangue de um animal qualquer. Cruzei os braços ao peito e encostei-me à árvore. - Com isso não vais sobreviver nem um dia sem matares alguém.

Olhei para o lado ao ouvir uma voz, inspirei o seu cheiro... era um vampiro tal como eu. - Sempre posso matar-te a ti... - gozei revirando os olhos. Apanhei um outro aninal voltando a fazer o mesmo processo e desta vez deixei a boca cheia de sangue, olhei para o rapaz e sorri.

- Novata.. - revirei os olhos e continuei a observá-la. Também já fora assim: faminto e cheio de sede ao ponto de destruir qualquer ser vivo, só para me alimentar. Caminhei até ela e rasguei o meu pulso e agarrei-a pelo pescoço, obrigando-a a beber. - Não é sangue humano, mas ao menos não vais andar aí com cara de quem passa fome todos os dias.

Revirei os olhos quando ele me chamou novata, apesar de que era mesmo isso que eu era. Suspirei e logo de seguida ele agarrou-me e senti o seu pulso pressionado contra a minha boca, olhei-o meia confusa e ainda tentei resistir durante algum tempo. Engoli em seco e lá acabei por beber o seu sangue, sugando-o e sentindo-o escorrer pela minha garganta... muito melhor que o daqueles animaizinhos. - Eu sei arranjar-me sozinha. - disse quando consegui por fim afastar o seu pulso.

Coloquei um grande sorriso nos meus lábios e afastei-me uns meros centimetros dela. - Claro que sabes e notasse! - falei com uma pitada de ironismo na voz. Bom, eu não tinha nada a ver com o que ela fazia ou não e nem sei porque é que me metera no seu assunto, mas uma coisa era certa: eu adorava chatear novatas.

- Pois sei. - disse arqueando as sobrancelhas e afastei-me ligeiramente dele. - Estava a alimentar-me não estava? E ainda não "morri" de fome... - disse e esbocei um leve sorriso cinico.

Olhei-a com meu típico ar de gozo. Ainda.. Mas também não era de interesse algum. Saquei do meu bolso uma garrafa com sangue humano e atirei-lha. - Se precisares de mais, aconselho-te a ires a um centro de dadores. Novata..

Fiz-lhe um olhar de "má" e revirei de seguida os olhos. Parecia que estava a gozar com a minha cara, e se calhar até estava mesmo. Agarrei a garrafa e olhei-a, ainda pensei em devolver-lha mas aquele sangue humano... era demasiado tentador. Voltei a olhar para ele. - Obrigada pelo conselho e não me chames isso. - disse em tom de resmungo.

Continuei ali especado a olhar para ela, com um sorriso irónico nos meus lábios. - De nada, novata. - voltei a repetir. Estava a picá-la e estava sinceramente, a adorar isso!

Respirei fundo e fitei-o. - Podes parar com isso? - perguntei e sem deixar de o olhar tirei a tampa da garrafa e bebi todo aquele sangue deliciosamente bom. Lambi os lábios quando a garrafa ficou vazia e num impulso rápido atirei-a para ele. - Vampirinho...

Apanhei a garrafa e com uma das minhas mãos, esmaguei-a. - Vampirinho? - por instinto fiz uma careta. - Bem, ao menos não sou nenhum novato. O que não posso dizer o mesmo de ti. - sorri maliciosamente e caminhei até a uma árvore ali perto. Saltei para cima de um ramo e encostei-me ao tronco.

Revirei repetidas vezes os olhos quando ele voltou a chamar. Segui os seus movimentos com o olhar quando ele foi para cima de um ramo. - Não vais mesmo parar de me chamar isso? - perguntei e saltei também para cima do ramo mesmo ao lado dele. - Se fosse a ti parava... - disse sorrindo-lhe cinicamente e no momento seguinte empurrei-o para o chão.

Caí de costas para o chão e fiquei deitado a olhar para ela. Um sorriso algo sacana apareceu nos meus lábios. - Acho que não me apetece parar, novata. - Em poucos segundos apareci do seu lado e peguei-lhe pelo pescoço, encostando-a à árvore. - Eu devo ter o dobro ou quem sabe mais da tua idade. Aconselho-te a não voltares a fazer o que fizeste. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca mais.