Floresta

- Eu estou precisamente aqui... porquê tanta desconfiança?, meu deus. - Disse caminhando por trás dela.

Soluçei de susto mal olhei para trás.
- Tu tentaste matar-me - Disse como motivo para explicar o receio que tinha por ele.

- Mas eu não matei. Isso não conta para nada? - Disse revirando os olhos.

- O que queres? - Perguntei.

- Vim só renovar a imagem que tinha por ti. - Disse.
- Quero ficar cá por algum tempo e queria que soubesses... Vou ser um ótimo vizinho

- Imagino... - Toci de proposito.

- Come on Rachel. Todos nós sabemos que eu aqui animo mais a cidade aliás por aqui anda tudo desanimado não há senso de humor - Disse.

- Não há senso de Raph humor. - Corrigi.

- Pois, tens razão. - Disse.
Virei costas e segui caminho até ás ruas da cidade.

Não tinhamos andado muito, até chegarmos à floresta. Fora rápido.. Mal lá entramos, larguei o seu braço e comecei a caminhar num ritmo mais calmo e devagar Parei assim que nos situamos no centro da mesma. Olhei para o céu. Ia-lhe para perguntar uma coisa estúpida, mas achei por bem ficar calada. Ainda dizia alguma asneira..

Sentei-me num dos troncos caído da floresta. Remexi um pouco a terra com os pés e depois parei. Era para isto que ela me queria? Realmente não a entendia nem às suas manias possessivas.

Fui-me sentar ao seu lado, não muito perto de si, até fitar o chão e olhar para aquela terra toda. Perto de mim, a mesma parecia lama. Sorri abertamente. - Tu, como meu amigo, vais ter de me desculpar por isto. - e dito aquilo, peguei num pouco de lama e sujei-lhe o pescoço. Sacudi as mãos. - Ca porcaria..

- Parva - murmurei e mandei mentalmente a água limpar aquilo que ela sujara. De seguida peguei num pedaço de terra e manei contra ela.

- Hey, nada de poderes.. isso assim não é fixe! - abanei a cabeça e seguidamente o corpo, mal senti a terra a vir contra mim. Peguei noutro bocado de terra e atirei-lhe também. - Parvo. - mostrei-lhe a língua.

Levantei-te do banco e corria até ela. Caímos os dois contra a lama e aí comecei a sujá-la ainda mais - Não te devias meter comigo. - Soltei uma pequena gargalhada.

Ainda tentei fugir, rastejar, mas fora praticamente impossível, assim que caimos no meio daquela lama toda. - Uuuuh, que medo! Olha eu a meter-me contigo, olha.. - fiz-lhe uma careta e espetei-lhe com um bocado de lama na cabeça. - Agora sim, estás lindo! - ri-me.

Tentei não fazer uma careta.
- Ugh, odeio esta lama toda principalmente contigo!

- Que eu saiba, tu é que nos atiraste aqui para dentro. - olhei em redor. Só lama atrás de lama. Abanei a cabeça e tentei não escorregar ao levantar-me.

Acabei por me rir. Sim, eu não gostava daquilo mas até fora divertido.
- Mas eu consigo limpar-me facilmente, tu não. Daí isto valer a pena só para ver a tua figura.

Olhei para ele, não achando piada nenhuma ao que ele tinha dito.
- Pois, pois.. - olhei para a lama. - Podes conseguir limpar-te, mas isso não significa que eu te deixe de sujar!

- Significa, uma vez que eu consigo criar uma barreira de água para me proteger.
Respondi de volta.

- Arrg.. é esse que é mal de seres um lobo com poderes! - resmunguei divertida. - Onde já se viu.. - revirei os olhos e fiz uma bola de lama, não muito grande. Depois sujei-o com ela.

- Pois, um lobo com poderes. Mas não importa, já estava habituado a ser anormal... - levantei-me da poça de lama e limpei-me instantaneamente. Logo de seguida transformei-me em lobo.

- Tu não és anormal. Uma pessoa anormal é desequilibrada, louca e acho que disso, tu não tens nada. - sentei-me no chão, afastada da lama e olhei-o. - Sempre foste assim?! Um lobo muito grande?!

Exactamente aquilo que tu tens em excesso, pensei.
Olhei para ela sob a minha forma animal. Podia fazer telepatia com ela mas não estava interessado nisso por isso simplesmente abanei num sim. Era estranho mas sempre fora assim grande, mesmo na minha primeira transformação.