Wyoming

Encolhi os ombros. Ao início até queria voltar para Strange e levar Vane para fora dali, mas já que já estávamos juntos e tudo bem, não haveria motivo para não ficar ali. - Por mim, tanto me faz.

- Quando quiseres partir, partimos.
Acabei por dizer. Beijei-a de seguida.

- E se ficássemos aqui? Quer dizer, esta era a casa do teu avô, da tua família.
Olhei-o.

- Aqui, na minha cidade natal?
Perguntei surpreso. Ainda não tinha pensado em viver ali permanentemente.
- Serias feliz aqui?

Não sabia ao certo se seria feliz naquele sítio. Só o tempo o diria.
- Talvez.. acho que sim. - sorri abertamente.

- ah, está bem... gosto de ver o Vane aqui e pensar que foi aqui, entre estas paredes, que cresci.
Disse sorridente.

Mordi o seu pescoço. Se era ali que ele queria ficar, então que fosse.
- Então ficamos. - decidi. - Mas vocês, homens, têm que no mínimo, aumentar esta casa. Não esperes que deixe a alcateia lá fora.

Importava-me de mudar a casa onde vivia, o legado que o meu avô me deixara.
- Há um terreno da família a uns quinhentos metros daqui. Pode-se construir uma casa do zero e entretanto podem ficar aqui.

- Eu não quero uma a quinhentos metros. - revirei os olhos. Queria que ele me fizesse a vontade, como sempre fazia. - Quero uma casa aqui. Junto desta.

- quinhentos metros são dois minutos a pé daqui - pelo menos para nós, lobisomens.
Fiz uma careta - não quero discutir Alina mas gostava de deixar este terreno da forma de como o meu avô o deixou.

- Pois então vais discutir, porque eu não os quero longe de mim. - revirei os olhos.
Levantei-me e vesti uma t-shirt sua e uns boxers seus. - Se não, prefiro voltar para Strange.

Porquê que ela era sempre tão complicada?
- Amor, isto é muito importante para mim. Alinha desta vez - pedi, olhando-a e fazendo beicinho.

- A casa fica intacta, não te preocupes. - revirei os olhos. Mas então, eu não ia ficar ali e o resto noutro sítio qualquer, é que nem pensei. - Vou voltar para Strange.

Apesar de estar irritado, sorri.
- lá a nossa casa também só tem um quarto a mais.

- Azar, tu não és o homem da madeira? então constrói mais quartos, faz o que quiseres! - resmunguei. Não nos queria ver zangados outra vez, mas também não ia dar o braço a torcer.

Continuei a rir-me.
- tu em que consegues tudo o que queres de mim - não me agradava ter de dividir a casa com outros mas...

- Então isso quer dizer que me vais fazer a vontade? - atirei-me para cima dele e olhei-o com um sorriso enorme. - Podemos vir cá de férias, se quiseres.

- que outra opção tenho, não é verdade? - ri-me.
- Sim, esta casa não vai a lado nenhum.

- Na verdade não tens mesmo opção nenhuma. - fiz uma careta e abracei-me a ele. - Hum.. rum.. Mas bom, isto não quer dizer que não possamos ficar aqui mais uns diazinhos. - sorri maliciosamente.

- já adivinhava - ri-me.
- isso seria bom... - ronronei e beijei-a.

Beijei-o de volta e também eu ronronei. Adorava-o, estava feliz por estarmos novamente juntos.
- Então quer dizer que os nosso antepassados, já estiveram juntos. - remexi-me sobre o seu colo. - Isso é tão interessante.

- é, coincidência ou não, as nossas famílias devem estar destinadas a juntar-se - não que agora houvesse muitos Philips sem ser Alina.

Nunca acreditara em coisas daquela, mas agora, sem dúvida, que sim, que acreditava.
- Pois é.. talvez desta vez, o teu avô quisesse que fosse diferente e daí.. hum.. tudo isto.
Não me esqueça do que Drake me dissera. Vane não conseguira salvá-la.

- Tem de ser isso. Ainda bem que ele o fez.
Sorri e voltei a beijá-la.

- Sim, ainda bem. - sorri abertamente.
Queria acreditar que aquilo era uma maneira de repor algo que ele não conseguira.