Wyoming

Fui lavar as mãos, lavar a cara, refrescar-me. Vane apareceu meio que curioso à porta da casa de banho. - Acordaste com os gritos, foi amor? - abanou a cabeça e com aquele seu ar de traquinas, correu até a mim. Peguei-o pelo colo e fui levá-lo para o quarto onde dormia.

A paz e quietude da minha casa desaparecera. Havia os outros dois lá em cima, Alina e um bando de lobos lá fora, à espera de noticias. O meu humor não estava para isto. No dia seguinte, quando os ânimos já tivessem calmos, acabava com aquilo.

Vane acabou por voltar adormecer. Ainda brincou um pouco comigo, mas estava completamente cansado. Olivia e Izaac, algumas horas depois, arrumaram tudo e agradeceram. Depois voltaram para a floresta. Mais tarde falaria com eles. Sentei-me ao fundo das pernas da cama onde o pequeno dormia e fechei os olhos. Aquelas semanas todas sem dormir, o parto, tudo aquilo começava a cansar-me seriamente.

O silêncio instalou-se finalmente. Subi para verificar Vane e dei de caras com Alina, que estava a dormitar praticamente no chão. - Alina, acorda.

Estava quase a dormir, quase a descansar e descarregar todo aquele cansaço, quando Drake falou.
Abri os olhos rapidamente e levantei-me.

- não precisas de estar aí deitada no chão, tens um sofá disponível na sala se quiseres - não que me importasse, tentei convencer-me a mim próprio. Mas importo.

- Não, obrigado. - sorri cinicamente. Ele que continuasse calado, que fazia melhor.
Saí dali e voltei para o meu local habitual, o telhado da casa.

Ela lá sabia...
Eu fui para ao meu quarto. Deitei-me mas não consegui adormecer.

Tinha que pensar seriamente no que iria fazer. Queria-me ir embora dali, esquecer que Drake existia e ficar com Vane. Mas o que pensava que seria apenas um dia e nada mais, estava-se a tornar em algo mais expansivo.

A amanhã chegou depressa. Estava com vontade de sair e soltar o lobo mas não queria dar de carasa com tantos outros na minha floresta.

Vane acordou muito bem humorado.
Quis vir para o pé de mim, mas acabei por o mandar ir ter com Drake.

Vi o pequeno aparecer e a vir até mim.
Peguei nele e fiz-lhe cócegas, pondo-o logo a rir.

Desci do telhado e esperei pelo bebé sentada nas escadas da casa.
Este rapidamente apareceu. Estava todo sujo na boca.

Mais uma vez Vane apressou-se para ir ter com a mãe.
Contive-me para não ter ciúmes.

Peguei-o pelas mãos e fomos a caminhar para fora dali.
Iria tentar perceber se Vane queria ficar comigo.

Eu estava algo preocupado, sim. Vane gostava de passar mais tempo com a mãe talvez já tivesse farto de mim. Mas não ia, de maneira nenhuma, deixar que ela o levasse.

Peguei às cavalitas. Não iria ficar ali durante mais tempo.
Quer Drake quisesse, quer não, Vane viria comigo.

Aproveitei as horas sozinho para procurar mais sobre os meus avós. Acabei por descobrir uma artefacto.

Só voltei com Vane já pela noite.
Tínhamos acabado por jantar num parque qualquer.


a tua residência tá feita y.y

Eu estava de extremo mau humor. Ela tinha passado o dia todo com Vane fora de casa.
Estava à espera na sala.

já vi, grazie!

Entrei com o pequenote de mãos dadas. Ele estava cansado, mas fazia questão de continuar a fazer e dizer parvoíces. Foi quando reparei em Drake.

- Isto são horas?
Perguntei carrancudo, olhando-a seriamente.

Não estava com vontade nenhuma de o ouvir. Olhei para o relógio. - São oito e um quarto, sim, são horas. - revirei os olhos. Ainda era cedo. Vane ainda nem estava na hora de dormir.

- Devias ter pelo menos avisado.
Censurei. Fui ver como Vane estava.

- E ia avisar porquê? - revirei os olhos e segui atrás dele.
Vane era tão meu filho quanto dele, não lhe tinha que avisar nada.