Centro de Saúde

Fui lentamente até à sala de consultas. A dor do joelho continuava agoniante. Depois de me desinfectarem o joelho, colocaram-me uma ligadura e pediram-me o máximo de descanso possível. Revirei os olhos. Tudo o que eu precisava agora não era de decanso!
Saí do hospital e apanhei um táxi em direcção ao café.

Caminhei até lá rastejando, quase.
Pelo caminho perdi bastante sangue, ao entrar caí desmaiando á entrada do posto médico.
- Ajud...

Acordei, estava numa maca num quarto do hospital.
Olhei para a minha barriga e tinha alguns pontos. - Aquele filho da...
Enfim, tinha algumas dores e não podia sair de lá agora.
- Que porcaria. - Suspirei.

Acordei novamente, era um novo dia e não aguentava ficar naquele quarto de hospital por muito tempo, daí lembrei-me que na mala que trouxe comigo quando vim para Strange tinha lá um liquido para feridas deste tipo.
Resolvi retirar os fios que se ligavam ao meu corpo e sem ninguém notar ou se aperceber saí do hospital e fiz uma pequena fuga. Dirigi-me até ao quarto de motel onde lá residia.

O meu tio insistira em que eu fosse tratada lá em casa, mas recusei com a cabeça e resolvi ir até ao centro de saúde. Afinal, era para isso que o local servia. Depois de algumas horas lá dentro, pude finalmente sair. Passei pela farmácia e depois voltei para casa.

Tinha acordado numa maca de hospital ligada à soro. Estava mais ou menos ciente do que se tinha passado e só queria sair dali, comecei a tirar todos os fios que estavam ligados a mim até uma alerta tocar. O que fazia agora? Sei que era proíbido transformar-me assim sem mais nem menos mas tinha que o fazer então transformei-me e voei pela janela até à rua.

Kim acordada minuto depois de ter sido posta na cara.
- Foi ela, outra vez.. Meu Deus - Estava realmente com um ar pálido e assustado. Tudo o que eu via no seu olhar era medo e aversão. Uma enfermeira de ar simpático veio examiná-la e ao fim de algum tempo percebeu que era apenas pulsação rápida. Durante todo este tempo Kim manteve.se calada e imóvel. Eu também.
Levantou-se assim que foi liberada e puxou-me até uma salinha particular. Fechou a porta.
- Quase morri, outra vez - Virou-se para mim - Drake, gosto de ti como nunca gostei de ninguém mas esta vida não é para mim. Disseste que nada de mal ia acontecer! - Disse num murmúrio desolado - Não posso estar contigo. Não quero esta vida para mim, não quero morrer - Lágrimas começaram a correr pela sua face.
- Mas Kim... - E a nossa ligação? Eu prometera-lhe o mais alto juramento de um lobo.
- Não dá Drake. Desculpa - E dito isto saiu a correr do quarto, ainda a chorar.
Dentro de mim algo estilhaçou-se. A nossa ligação. Cimo era possível? Tinham-me dito que anda nem ninguém podia quebrar aquele elo... a não ser que Kim não fosse a pessoa certa. Mas eu sabia que era! Mordi o lábio com força para não começar a chorar e saí dali.

Assim que chegamos ao centro de saúde, saí do carro e dirigi-me lá para dentro. Falei com a recepcionista e não foi preciso esperar muito até ser atendida. Era apenas, uma simples consulta.

Aquilo fora mais rápido que o normal.
Vane entretanto adormecera nos meus braços.
- Queres que entre contigo?

Olhei-o meio que atrapalhada e cocei a cabeça. - Ham.. ham.. que.. queres vir?! - mirei a porta que dividia o corredor da entrada, para as outras portas, onde decorriam algumas consultas.

Encolhi os ombros. Ela é que sabia se me queria com ela, ou não.
O meu lobo só dizia Vai! Vai!.

Peguei na sua mãe e voltei a mirá-lo.
- Então?! - mordi o lábio. - Vens comigo?!

- Está bem, vou.
Disse e entrámos seguidamente num dos gabinetes.

Sorri abertamente por ele ter aceitado. Só deslarguei a sua mão, quando me sentei numa cadeira. Aquilo era apenas uma simples consulta, pelo que aproveitei, para lhe perguntar sobre os medicamentos. Aparentemente, nada indicava que os novos comprimidos interferissem com a pílula aí estava mais descansada. Depois levantei-me e fui fazer uns exames. Quando voltei, já era para me ir embora.

Aquilo tivera uma duração relativamente rápida.
- Já estamos prontos para ir embora?

A consulta não demorara muito. Precisava só de tirar sangue, mas acabara por o fazer mais rápido do que pensava. Abanei a cabeça e saímos dali. Depois paguei a consulta e caminhei até ao carro.

Entrámos e seguimos logo para a ala da pediatria. Eu sabia o caminho.
Fui até à recepção confirmar a presença de Vane e depois tivemos de aguardar um bocadinho.

Depois de ficarmos um pouco à espera, finalmente chamaram o nome de Vane. Entrámos no consultório, onde o médico já nos esperava.

Eu já conhecia aquele médico e habituara-me a ele, por ser novo e ter um ar confiável. Porém naquele dia, mal entrámos, tudo se alterou quando ele não parou de fitar Alina - e não era simplesmente olhar, era comer com o olhar. Fiquei de imediato irritado e cerrei os punhos

Senti um arrepio quando o rapaz me olhou. Não estava acostumada a que olhassem para mim, da maneira como ele me olhava. O médico mandou-nos sentar e assim o fizemos. Reparei no ar de Drake e estiquei a minha mão até à sua apertando-a.

Apesar do toque dela, eu não conseguia acalmar-me. O meu lobo não parava de dizer Minha e aquele médico não parava de olhar. Não sabia quanto tempo ia aguentar se ele continuasse com aquilo. Provavelmente esmurraria-o.

Encolhi os ombros e dei atenção ao bebé. Estava-se a formar um silêncio de mau estar e mau ambiente, pelo que rapidamente o médico tratou logo de se apresentar à minha pessoa e passar ao assunto principal: Vane. Sorri amavelmente, ao qual ele retribui o sorriso. Aí, deixei que Drake falasse.

A minha voz soou áspera e perigosa, deixando ao médico bem claro que ele só devia ter olhos para o meu filho. Falamos das questões da alimentação, do crescimento e o médico seguiu para uma análise a Vane.

Escutei tudo muito atenta e de vez em quando ia brincando com o pequenote. O médico precisou de pegar em Vane e nesse momento a sua mão tocou na minha e eu corei imenso. Ele apenas sorriu e voltou a prestar atenção ao bebé.