Quarto do Vane

Aproximei-me dela e beijei a sua face - tu estás mal Alina - eu odiava dizê-lo mas era a verdade. - não posso perder-te.

- Mas tu não me vais perder.. eu.. eu.. vou estar sempre no teu coração. - as dores tornavam-se cada vez piores. Eu recusava-me a fazer aquela transfusão. Odiava agulhas, odiava aquela situação.. só queria que tudo parasse.

T.T ele que transforme a loira psicopata..

Lágrimas caíam pela minha face - Nem penses. Não consigo viver sem ti - murmurei - perdoa-me pelo que estou prestes a a fazer... - disse e mordi-a no seu peito. Concentrei-me muito bem para conseguir expelir o veneno de lobisomem. Tinha de acertar na veia certa.

Estava prestes a dar o badagaio, quando senti uma forte dor no meu corpo e arregalei imenso os olhos. Não, aquilo não.. - Não.. Drake.. - murmurei. Todo o meu corpo começou ferver por dentro. Remexi-me na cama e toda a minha cabeça começou a latejar. - Aaaah.. - Alguns minutos depois, perdi os sentidos.

Não gostava de a ver passar pela agonia que era a transformação mas sempre era muito melhor do que a ver morrer. Só esperava que ela não me odiasse. Fiquei sempre do lado dela, esperando que acordasse.

Estava com tantas dores no corpo. E depois eram sensações tão estranhas que sentia. Ora sentia imenso frio, ora transpirava até não.. Os pesadelos atravessavam-me a mente e tudo se envolvia tanto o Vane, como Drake. Passei duas semanas assim, de puro sofrimento. - Drake! - Acabei por gritar de dores e gemer. Olhei em redor.

Segurei bem a sua mão para que ela soubesse que eu estava ali - Shhh...está tudo bem, querida - ele estava viva, completara a transição!

Eu sentia-me tonta e quanto mais olhava em redor, pior ficava. A minha cabeça continuava a latejar. Passei a mão desocupada pelo meu pescoço e arregalei os olhos. Meu Deus, a ferida tinha sarado. Engoli em seco e olhei para Drake, afastando-me. - O que é que tu me fizeste? - não, ele não podia ter-me feito aquilo.

- Salvei-te a vida! - respondi, nada arrependido. Só lamentava que tivesse sido obrigado a fazer algo que ela não queria.

Os meus olhos inundaram-se de lágrimas e mordi o lábio com força. - Tu não podias tê-lo feito.. - olhei para as minhas mãos. Eu agora era.. era o que era.. engoli em seco. Preferia mil vezes ter morrido!

- Desculpa, não podia deixar-te morrer. Não podia deixar o Vane sem mãe - disse, com os olhos brilhante pelas lágrimas.

- Eu preferia estar morta! - gritei. Solucei, até realmente começar a chorar. - Eu odeio-te! - empurrei-o contra a parede e saí do quarto. Nem eu mesma sabia medir a minha força, eu era um monstro! Sentia-me fraca como tudo, mas não conseguia ficar ali de maneira nenhuma.

Abracei-a, independentemente do que ela dizia - Não digas isso, Alina. Por favor. - mas ela foi mais forte. Caí de joelhos no chão mas controlei-me para não chorar. Sabia no meu intimo que as coisas não podiam ter sido diferentes. Ela não podia ter morrido.

Estava preocupado com Alina mas não podia fazer nada. Ela tinha de se mentalizar por ela própria.
Suspirei e fui embalar Vane depois deste ter acordado com um pesadelo.

Depois de estar vestido, fui buscar Vane ao seu quartinho. Ele estava descansado a dormir até que acordou com a minha presença. Peguei nele e desci até à sala de estar.

Segui-a até ao quarto de Vane. O bebé adormeceu rapidamente no berço.
- Precisamos de falar.

O bebé acabou por adormecer rapidamente. Olhei para Drake. Oh, agora ele dava-se ao trabalho de dizer que precisávamos de falar. Revirei os olhos. - Diz..

- Podemos antes de ir para a sala? Não quero acordá-lo - disse, desencostando-me da ombreira da porta.

- Está bem.. - antes de descer, cobri o bebé com um pequeno lençol fino e beijei a sua teste. Mais tarde, voltava para o pé dele. Descemos então, para a sala.

A minha relação com Drake estava a ir de mal a pior. Tranquei a porta do quarto e peguei no pequeno com imenso cuidado para não o acordar. Sentei-me no sofá e beijei a ponta do seu nariz.

Algumas horas depois, o bebé acordou por acordar e eu meti-o sentadinho no chão, rodeado de todos os seus brinquedos. Entretanto, fui buscar alguns jornais, que se iam acumulando na caixa do correio e pus-me à procura de casa. Peguei num marcador no telemóvel e fui riscado, cada casa que me agradava ou que estavam indisponíveis.

Quando acordei fui ver de Vane. Já era um hábito meu. Quando lá cheguei vi a Alina a ler o jornal. Não era normal - O que é que estás a fazer?

Estava com os fones nos ouvidos, mas apesar disso, consegui ouvi-lo bem. - Estou à procura de casa. - disse-o num tom mais natural possível. Olhei-o por uns momentos e voltei a dar atenção ao jornal.

Ok. Que mais confirmações precisava eu para tentar não negar que ela não gostava mesmo nada de estar comigo? E eu agora estou preso com ela até à eternidade.
- Podes ficar aqui o tempo que quiseres. A casa é tua, tal como é minha e do Vane.

Parei com tudo o que estava a fazer e tirei os fones dos ouvidos. Encarei Drake.. - Muito obrigado pela tua generosidade, mas não gosto do ambiente que se está a formar entre nós. - fiz um esforço para não sorrir de forma cínica.