Quarto do Vane

Mal saí da casa de banho fui directa ao quarto do bebé. Não evitei em revirar os olhos, assim que vi Drake com o bebé. Apressei-me a caminhar até ele e tirei o bebé dos seus braços. - Psé.. lobo estúpido. - fiz uma careta e afastei-me.

Vane começou a chorar naquele preciso momentos - Estás doida? - Olhei para ela bastante zangado.

Não me importei nem um pouco, quando o bebé começou a chorar. - Correcção, eu tenho o rótulo de doida! - revirei os olhos e seguidamente aconcheguei o bebé nos meus braços. - Tens que meter nessa cabeça cheia de merda, que o bebé é meu.. não quero saber se és pai ou não!

Louca como o caraça, devia acrescentar. Levantei-me bruscamente do sofá e fitei-a - Não vou meter ideia nenhuma da cabeça. O Vane é meu filho, meu também. Mas claro.... se fosse do Jackson estarias a pular de alegria, não era?

Revirei os olhos. Ele que não se pusesse com aquela conversa, que não lhe iria agradar grande resposta. - Tu sabes muito bem que eu queria fosse filho do Jackson.. - abanei a cabeça. - Tudo menos de um monstro e de um merdas como tu!

"um monstro e um merdas". Ela própria não era muito diferente de mim - Que moral tens para falar, meu deus - resmunguei. Vane continuava a choramingar, o que só me dava vontade de o confortar novamente nos meus braços.

Revirei os olhos e apertei o bebé contra o meu corpo. Ele foi acalmando o seu choro, ao longo do tempo. - Tenho mais moral de tu.. oh.. senhor lobisomem..

- Ao menos eu não matei ninguém por prazer, ao contrário de ti. Achas que gostei de matar do teu tio? Não, mas tive de o fazer. Achas que ele te teria deixado continuares grávida, ou poupado a vida do Vane? Tu bem disseste o que caçadores fazem aos recém-nascidos! - disse entre dentes cerrados.

Naquilo tudo ele tinha razão, mas eu continuava a teimar que ele era um monstro e um merdas. Mesmo com motivos suficientes, ele não tinha o direito de matar o meu tio.. - Blablablabla.. deves ter gostado pouco, deves.. - olhei-o. - Pelo menos não fui eu que lhe deu esses genes de cão! Essa coisa..

- Então devias ter-te mantido afastada de lobisomens se não queria um filho assim, que tal? Fizeste a tua própria cama, Alina - respondi num tom cortante.

- É, secalhar fui estúpida ao meter-me com alguém como tu.. - fiz um ar enojado. Naquele momento eu só o queria ver a sofrer e mais.. eu queria-o ver morto. Bem enterrado.

- Foste muito estúpida, mesmo. E eu também, em ter-me metido contigo, uma estupidez total ao pensar que talvez fossemos amigos - respondi com amargura .

- Oh, claro que sim.. e até fizeste muitas coisas boas para sermos amigos não é verdade? - ironizei. Eu ainda não me esquecera de tudo para trás.. e sabia que ambos tinhamos a culpa..

- As acções foram mútuas mas tu... tu e os teus ciúmes lixaram tudo - respondi secantemente.

- Claro.. claro.. a culpa é sempre minha. - torci o lábio, pouco convêncida daquilo. Eu não tivera ciumes de nada.. baah..

- Não é só tua. Minha também é, imensa - porquê que eu simplesmente não me fora embora para sempre? Porquê que ficara em Strange, mesmo quando não precisava de o fazer? E agora por minha culpa a vida era assim.

- Oh, ainda bem que tens consciencia que a culpa é tua.. - sorri cinicamente e aconcheguei melhor o bebé nos meus braços. - A culpa é só tua..

- Não é só minha. Tens culpa de muitas coisas também - respondi, cerrando cada vez mais os dentes enquanto falava.

- A culpa é tua e só tua.. Nem venhas!
Suspirei. Mas porque e que eu ainda tava ali?!

Baah.. Acabou de tocar -.-

- Claro que sim. A culpa é toda minha. Tu és uma santa! - reclamei num tom sarcástico.

Fiz um ar sarcastico e revirei os olhos, mal ouvi as suas palavras.
- Ainda bem que sabes!

- Pois, tenho os pés assentes na terra, sabes? - Gozei descaradamente, cruzando os braços ao peito.

- Mas... ninguém te perguntou nada. - Olhei para o bebé. Felizmente acalmara o seu choro e lá adormecera, no meio daquela discussão toda.

- Não precisava, de qualquer das maneiras - Semi-cerrei os olhos e saí do quarto. Não aguentava o seu humor.

Sorri vitoriosa, assim que ele saiu do quarto. Coloquei o bebé de forma cómoda no meu colo e saí também dali. Mas não saí para uma divisão daquela casa específica. Acabei por sair daquela casa.