Serra Strange

Parei de andar e fitei-a. Um sorriso malicioso instalou-se nos meus lábios. Ponderei por momentos se devia ser franco com ela. Acabei por o ser.
- Pensei que queria vingança.

- Hum.. - sorri abertamente e fui buscar as minhas meias e seguidamente calcei os meus sapatos. - Que bom para ti.

Abanei cabeça. Aquela rapariga deixava-me tão frustrado!
- Não me vou vingar de ti mas preciso saber uma coisa. Deixas-me em paz para viver a minha vida, sem ti?

Eu não queria saber se ele se ia vingar de mim ou não. Aquilo não me importava. Olhei-o bem nos olhos e sorri ainda mais que há pouco. - Eu deixo-te viver a tua vida, como bem quiseres, mas não.. não sem mim. Ohohohoh..

- Não me dás alternativa, Alina. Contigo não faço nada, sinto-me preso a ti e à tua infantilidade. Preciso de viver a minha vida e não consigo fazê-lo contigo se não mudares- afirmei

- Tu não fazes porque não queres! Ninguém te impede de nada! - revirei os olhos. Mas se ele se queria tanto aquilo, então que fosse. Queria lá saber. - Se te deixa assim tão patéticamente feliz, eu deixo-te definivitamente em paz. Desapareço de vez e se te vir, não te digo nem um olá. Contente? Cool..

- Se é assim então muito obrigado. Take care - Respondi frustrado e virei definitivamente costas.

- Yah, deve ser mesmo isso.. - revirei os olhos. - Vai apanhar no cu, vai.. - Mal ele me virou costas, fiz o mesmo e saí dali muito rapidamente.

Tinha passado o resto da noite toda a caminhar. Mal cheguei ao topo da serra, sentei-me numa rocha e descansei. Tirei a minha camisola e coloquei-a em volta da minha cintura. Já passavam do meio dia, fazia muito tempo, mas mesmo assim, o sol estava tremendamente quente. Senti o telemóvel e olhei para a mensagem que havia recebido. Era de Jade. Não lhe iria responder, talvez, mais tarde.

Passara à minha forma animal. Corri o mais depressa que pude. O meu sentido protetor estava mais do que intenso. Mataria qualquer um que se atravessasse à minha frente e me impedisse de resgatar Vane.
Cheguei ao topo da Serra. Com a minha audição, encontrei os caçadores. Eram quinze, armadas até aos dentes. Ah, e ali estava Vane... Eles não iam sair impunes.
Atirei-me a eles. Não foi fácil mas só tinha em mente uma coisa: o meu filho, a mina cria. Investi contra os caçadores, mordendo-os e decepando os seus membros. Deu-se uma carnificina.