Wyoming

Porque seria.
- Chegas aqui depois de meses ausente e não achas que deves sequer uma explicação por teres levado o Vane para fora de casa durante tantas horas?

- Blablabla.. - revirei os olhos. Ele era patético. Não tinha outros argumentos que fossem.
Chegava até a irritar uma pessoa. - Pois, não te preocupes que isso não vai mais acontecer. - eu ia-me embora e Vane vinha comigo.

Olhei-a com raiva.
- Nem penses em fazer uma estupidez como levar o Vane para longe de mim.

- Too bad.. Começa já a despedir-te dele, porque o Vane vem comigo.
Sorri cinicamente.

Dei um passo em frente, olhando-a friamente.
- Só por cima do meu cadáver.

- Então que seja por cima do teu cadáver.
Há imenso tempo que o queria matar. E agora, que já não éramos nada, tinha a chance disso.

Olhei-a profundamente, em desafio. Nunca me iria acobardar para ela. Sim, ela podia-me matar num segundo. Imprevisível como era, nunca sabia quando é que lhe dava vontade. Por isso mais valia fazer-lhe frente e enfrentar o inaceitável. - vai, usa esse teu poder cobarde. eu não te deixo levar o Vane.

Os meus punhos cerraram-se e olhei-o nos olhos, completamente irritada. Vontade não me faltava. Mas acabei por lhe dar uma estalada. - Não te vou dar esse privilégio. Prefiro que sofras..

Virei a cara, olhando-a com desprezo.
- Que sofra? - ri-me. - e tencionas fazer o quê? Cortar-me a respiração?

- Não.. prefiro que vejas o teu filho à distância. É bem mais ao gostinho..
Sorri cinicamente e fechei a porta do quarto de Vane. Se íamos discutir, não queria que o pequeno visse aquilo.

Cerrei os dentes, e os pulsos também.
- Tenta só. Não tens esse direito.

- Não venhas com essa lenga-lenga de eu não ter direito e tudo o mais. - revirei os olhos. Eu tinha cometido imensos erros, mas continuava a ser mãe e continuava a ter direitos pelo Vane. - Ele é tão meu, como teu.

- Exacto. É tão meu como teu por isso não o levas para longe. Onde o Vane for, eu vou - repeti, a alto e bom som.

- Para onde tu vais, estou-me pouco lixando. Ele vai ficar comigo, vai vir comigo, quer tu queiras, quer não. - empurrei-o. Estava decidido e não havia volta atrás.

Rosnei baixinho.
Eu estava a ficar cada vez mais alterado.
- Não vais desaparecer sem deixar rasto.

- Já o fiz imensas vezes, fálo-ei novamente se for preciso.
Olhei-o fixamente. Queria-o de rastos. Queria-o derrotado.

- Faz, se quiseres, mas não levas o nosso filho atrás.
Mordi o lábio, tal era a fúria que sentia.

- Ai isso é que levo. O Vane vem comigo.
Mostrei-lhe um enorme sorriso.

- Se o levares, vou atrás de ti. Se sequer pensares em escondê-lo... - nem sabia o que faria. Só sabia que não seria bonito.

- O que vais fazer? Hum?
Sorri cinicamente e aproximei-me dele.
- Vais-me bater, vais-me matar? Ai que medo.

- Alina, não testes o meu limite.
Avisei. Se fosse preciso, eu aleijaria, sim.

O pior é que eu iria mesmo testá-los.
Vane amanhã saíra comigo, porta fora.
- Eu já não tenho mais medo, Drake.

Dei um murro na parede, desfazendo parte dela.
Raios. - Não me vais tirar o Vane!

- Vou sim. Vou-te tirar o Vane, vou-te tirar aquilo que tu mais amas!
Gritei. Ele fizera-me sofrer, ele traíra-me com aquela idiota. Era o mínimo de sofrimento que ele deveria ter.

Eu acabei por me rir. Mas rir a sério.
- Se alguma coisa lhe acontecer, eu mato-te Alina. Esqueço todo o amor que senti por ti e faço-o.