Quarto do Drake

Relembrando a primeira mensagem :

Devíamos estar ambos em sintonia, já que eu também lhe queria perguntar uma coisa. Acariciei a sua face e olhei-o. - Pergunta..

Uma semana se seguiu e fora a pior semana da minha vida. As dores intensificavam-se dia após dia. Passara-os sempre na cama e raras eram as vezes que comia. Sentia-me verdadeiramente fraca, enjoada, mal disposta e fora um alívio quando tudo acalmou. Os pesadelos também tinham acabado.
Quando acordei, era já dia. Virei-me para o lado, podendo ver Drake a dormir. - Drake.. - murmurei.

Tinha sido uma semana cansativa. Enganara-me redondamente a respeito da sua mudança. Estava a ser pior do que a minha em todos os aspectos. Fiquei a seu lado durante todos aqueles dias.
- Sim, amor? - perguntei num tom sonolento, ainda com os olhos meio fechados.

Já me sentia muito melhor. Acariciei a sua face e beijei os seus lábios, muito ao de leve. Depois escondi a cara no seu corpo. - Tenho fome.. muita fome.. - resmunguei.

- Agora sabes o que é ter estômago de lobisomem - disse divertido. Durante aquela semana enchera a nossa dispensa com imensas cisas - apetece-te algumas coisas em especial?

Encolhi os ombros e fiz uma careta. Pois claro, agora o meu estômago era de um lobisomem. O que eu pensava daquilo? Não me agradava, mas tinha de o aceitar. - Qualquer coisa.. só tenho fome. - suspirei. E que fome..

- Está bem, vou buscar qualquer coisa à cozinha - saí da cama por momentos. Quando voltei, traia um tabuleiro recheado de coisas.

Com imensas preguiça, sentei-me na cama e espreguicei-me. Aí senti e ouvi todos os meus ossos estalarem. Remexi-me, quando Drake apareceu com o tabulei e mal ele colocou-o em cima da cama, não perdi tempo a comer tudo e mais alguma coisa. Acho que se os talheres, os pratos e outros objetos fossem comestíveis, até isso eu comia.

Observei atentamente. Finalmente ela estava a comer. Já era tempo. Agora sim, ela ia sentir-se o mais normal que um lobisomem se podia sentir.

Atirei-lhe o tabuleiro e voltei a espreguiçar-me. Quando mais comia, mais fome sentia. Isto era consequência de não ter comido nada do que fosse, nestes últimos dias. - Quero mais! - fiz uma careta.

- Hey! - reclamei divertido quando me atirou o tabuleiro. - Também podes te levantar os teus pezinhos e ir até À cozinha comigo. É mais fácil.

Podia simplesmente ter-lhe inventado uma desculpa, mas ele tinha razão. Além do mais, estava a começar a fazer-me confusão, todos aqueles dias na cama. Levantei-me e depois apoiei o meu corpo até ao seu. Abracei-me a ele. - Amor.. Leva-me até lá abaixo.. - pedinchei num tom bastante fofo.

- está bem - murmure divertido e peguei nela ao colo. Ela estava mais pesada, não por ter engordado mas sim por ter ficado mais alta e ter ganho mais músculo. Ela estava linda. Seguimos até à cozinha.

Deitei-me na cama emaranhada pelos lençóis e almofadas. Estava a tentar a todo o custo adormecer e esquecer tudo o que eu e tudo o que me tornava. A sério, só mesmo a mim. Algumas horas depois, consegui adormecer.

Acordei algumas horas depois. Felizmente, não tivera nenhum pesadelo, nem algo que se assemelhasse. Procurei por roupa que me servisse o que fora um pouco difícil. Revirei os olhos.  Fui-me pentear, lavar a cara e os dentes e seguidamente desci até ao andar inferior. - Drake!

Assim que me senti a ser pousada na cama, puxei-o para cima do meu corpo e abracei-me a si. - Eu odeio-te.. - murmurei. Não, eu não o odiava. Mas andava irritadiça com tudo o que se passara.

- Também te amo muito, nalla - murmurei divertido e deitei-me a seu lado. Era tão bom estar perto dela.

- A tua voz, irrita-me, Drake.. - encostei a minha cabeça ao seu peito. - Não existe mesmo forma, de eu voltar a ser humana? - é, eu sabia que não. Mas não custava nada perguntar.

- Não irrita nada - infelizmente para ela, não havia.
- Não há nenhuma amor, desculpa.

Mordi o lábio com força e comecei a chorar. Aquilo custava imenso de ouvir.
- Está bem.. - Abracei-me ao seu corpo.

Afaguei o seu cabelo e as suas costas enquanto ela chorava nos meus braços. Lamentava que isto fosse assim tão mau para ela.

Limpei as lágrimas dos meus olhos e tentei suavizar a minha expressão. Mais cedo ou mais tarde, teria que aceitar aquilo, não era? - Uma coisa boa disto, é que os meus seios cresceram.. - tentei-me rir e apertei-me ao seu corpo.

Com tanta coisa para pensar, ela pensou naquilo Ri-me divertido - pois é... - ela estava mais bonita do que nunca.

Coloquei-me em cima do seu colo e encarei-o. - Eu agora sou mais forte que tu.. - peguei nas nossas mãos e entrelacei os nossos dedos. - Vai ser sempre assim, ou isto é só por ser inicial?

Ela não ia ser mais forte do que eu durante muito mais tempo - É apenas inicial, vai durar um mês ou dois - murmurei baixinho, encarando-a.

- Está bem.. - Fiz uma careta. Até tinha a sua graça, ser mais forte que ele, pelo menos, em certas coisas, tinha. - Mas eu li num livro, que quando as fêmeas se irritavam, mesmo.. irritar, irritar.. conseguiam ser bem mais fortes que os gajos. - e apesar de ser pequena, naquela altura em que o lera, eu achava que os livros tinham sempre, mas sempre razão. - Vais-me ensinar a lutar?!