Quarto de Alina

Entrei depressa para dentro do meu quarto. O meu tio bem que gritava e fazia questão que eu ouvisse alguma coisa, daquela mini reunião de família, mas sinceramente, eu estava-me a cagar para aquilo. Olhei em redor e procurei uma mala e várias outras coisas. Poucos minutos depois, saí dali.

Não pude escapar de um grande raspanete, não só pela parte do meu tio como da parte daquele enfermeirozinho que agora não estava a parecer nada simpático. Caguei-me para eles.. Peguei no pequeno Steven e levei-o até à casa de banho, depois tirei a minha roupa e tomei um banho. Entrei no meu quarto e vesti qualquer coisa. Depois tomei a minha medicação e deitei-me na minha cama, adormecendo algum tempo depois.

Tirei a minha roupa, assim que cheguei ao meu quarto. Tomei um banho, só para tirar a areia do corpo e vesti um pijama. Não estava com cabeça para dormir, por isso foi ler um livro, até pelo menos, o sono vir. O que não demorou muito a acontecer.
(...)
Senti os primeiros raios de sol a baterem-me na face. Fiz a minha higiene pessoal e seguidamente tomei o pequeno almoço. Seguidamente, saí de casa, com uma desculpa qualquer. O meu tio não ia deixar de implicar com o facto de me querer como caçadora, mas isso não ia acontecer.. não ia..

Precisava de ver Jackson. Estava há uma semana fechada naquela casa, sem fazer nenhum. Arrumei as minhas malas. Como é que eu não tivera sintomas ou algo com que me alertassem? Eu não percebia.. Daqui a uma semana iria embora. Iria procurar Jackson.

E finalmente voltara a casa. Apressei-me a ir até à casa de banho e depois de voltar, fui até ao meu quarto. Tranquei tudo, e fechei todas as janelas, incluindo persianas. Despi a minha roupa e deitei-me na cama. Estava enjoada e não me apetecia fazer nada.

Eu tinha dormido extremamente mal. Tivera inumeros pesadelos, todos diversificados, mas com um fim igual: Drake. Sentei-me na cama e beberiquei um pouco da água da minha garrafa. Encostei o meu corpo à cabeça da cama e suspirei. Acariciei a minha barriga..

Não sabia o porquê, mas sentia uma estranha presença pela aquela casa. E parecia que o bebé também.. Suspirei. Por mais que quisesse, sentia-me cansada de mais para me levantar, pelo que coloquei o revolver na mesa de cabeceira.

Abri a porta e espreitei lá para dentro, mesmo tendo a certeza que era ali que ela estava - sabia-o pelo batimento cardíaco do bebé. Entrei e fechei a porta, trancando-a.

Revirei os olhos. Já devia ter advinhado que seria aquele rafeiro, pelos pontapés excessivos da bebé. - Vai-te embora.. - cruzei os braços ao peito.

Abanei a cabeça - Não me vou embora, Alina - Olhei para ela por breves momentos. O seu ventre nunca estivera tão inchado como agora. Engoli a seco, o tempo estava a acabar-se - Precisamos de falar.

Coloquei as minhas mãos na minha cabeça e apertei-a com força. - Não precisamos de falar nada.. vai-te embora. - abri a primeira gaveta da mesa de cabeceira e tirei de lá os meus fones.

Parei a sua mão antes que ela pusesse os phones. Sentei-me na cama - Ouve, não era minha intenção matar o teu tio. Mas ele ia matar-me, tive de agir - murmurei. Aquilo não era perdão nenhum.

Não queria ouvir as suas palavras e muito menos o que naquele quarto. - Vai-te embora. - repeti. E voltaria a repetir quantas vezes fossem precisas. - Mais valia teres morrido. Sai daqui..

- Sei bem que era isso que querias - tu e toda agente - mas eles iam fazer-te mal, iam fazer mal à minha filha. Não podia nem vou deixar que isso aconteça - suspirei - Poupa os outros lobos, eles não têm nada a haver com aquilo que eu fiz.

Ele até podia ter razão em tudo o que dizia, mas mesmo assim não queria saber. Ele matara uma pessoa da minha família. Ele não tinha o direito daquilo. - Vais ter o que mereces.. só.. - disse friamente.

- Só eu mereço o que quer que sejas que tenhas em mente - Matar-me. Tinha a certeza que eram esses os seus planos, mas teria de esperar até ao nascimento da bebé, o que ainda me dava uns dias de vida - Vais matar-me, ou tentar.

- Se já sabes isso tudo, então podes destrancar a porta e ires-te embora não?! - remexi-me na cama de forma a ficar um pouco mais confortável, ou pelo menos, tentar. - Ou tens mais algo para me dizeres?!

- Não, não te vou deixar sozinha aqui. Já viste o teu estado? O bebé consome-te cada vez mais energias - disse, mantendo-me ali.

- A culpa de eu estar assim é tua, logo não me chateis. - revirei os olhos. Ele que fizesse o que bem quisesse. Peguei nos lençois da cama e coloquei-me de baixo deles.

Não comentei novamente aquilo e fui-me sentir numa cadeira na outra extremidade do quarto. Eu podia acabar com aquilo de imediato, podia utilizar o meu dom e rebentar-lhes a águas, pô-la indefesa e fugir com o bebé. Podia podia.

Suspirei. Não suportava ter a sua presença ali. O bebé não parava de se remexer e isso impedia-me de tentar dormir um minuto que fosse. Voltei a remexer-me na cama até voltar a sentar-me nela e mirá-lo.

Aquilo era aborrecido, demasiado aborrecido. mas de certa forma parecia-me que era o meu dever. Estava ali pela bebé. não por mais ninguém.

- Vai-te embora Drake, estou farta de te ter dentro da minha casa! - revirei os olhos. Saí de cima da cama e apoiei-me à parede. Caminhei lentamente até Drake, sempre encostada a ela.

Era tão visivel, a sua clara falta de energia e força.Levantei-me para a ajudar, caso fosse preciso - Precisas de mim.