Floresta

- Uau não me contrarias-te. - fiz um sorriso vitorioso.

Encostei-me à árvore que estava atrás de mim e coloquei as mãos atrás da cabeça. - Hoje não me apetece. - apaguei o charro e fingi um bocejo.

Ri-me um pouco e fitei-o. - Deve ter acontecido algum milagre só pode ser isso... - comentei.

Espreguicei-me e fitei-a, contemplando a sua beleza. Abanei a cabeça. - Eu não acredito em milagres, portanto vamos supor que hoje estou calmo, apenas.

Abanei com a cabeça. - Calmo demais até... - disse encolhendo os ombros.

- Vocês girls são tão complicadas. - soltei para o ar, aborrecido. - Se estamos calmos é porque estamos, se estamos chatos é porque.. enfim. Nem vale a pena.

Fiz um pequeno sorriso. - Pois, somos sempre nós as complicadas. - levantei-me e comecei a andar por ali de um lado para o outro.

Sim, vocês são as complicadas, as chatas e aborrecidas, que só servem para sexo e para alimentar a minha auto-estima, pensei para comigo. Não lhe disse nada quanto a isso, mas não deixei de a mirar. Abanei a cabeça. - Não tens mais nada que fazer para andares aí de um lado para o outro?

Parei de andar e voltei a olhar para ele. - Hm não. Tens alguma sugestão? - perguntei revirando os olhos.

Cruzei os braços ao peito e fiz o meu melhor sorriso. - Ter até tenho, mas já o fizemos, lembraste?! - ri-me ao relembrar-me na noite passada. - E não é por nada, mas não gosto de repetir coisas.

Ri-me cinicamente. - Que pena para ti e que bom para mim. - disse e recomecei a andar novamente. Estúpido...

- Pena? - acabei por desatar à gargalhada. - Eu acho que é mais: que sorte!

Revirei os olhos. - Ainda bem para ti então! - disse-lhe cinicamente e fazendo-lhe uma careta.

Imitei-lhe e fiz-lhe também uma careta e sorri. - Vá, adeus.. tenta nãoter muitas saudades minhas. - Vesti-me e comecei a caminhar pela floresta até sair dali.

- Vou morrer de saudades. - disse para mim quando ele foi embora, revirei os olhos e sai também dali.

Já estava na minha forma animal. Agora, cada vez que me transformava, era estranho. Sabia muito bem poder transformar-me novamente mas, de certa forma, ainda tinha medo que o não pudesse fazer novamente. ia aproveitar enquanto podia. Corri desalmadamente pela floresta e aproveitei a sensação. Passadas uma horas segui para casa.

Finalmente deixei de resistir aos impulsos da lua cheia. Transformei-me em lobo e vaguei pela floresta. Provavelmente is ficar sob esta forma até ao inicio do dia.

Felizmente estavam só inconscientes.. ou pelo menos, era o que pareciam. Tive que arrastá-los com ajuda de Dennis até o local mais perto que consegui, a floresta. Encostei-os a uma árvore e sentei-me às suas frentes. Ainda estava em choque pelas semalhanças que eles tinham com Drake. Voltei a abaná-los, mas pareciam simplesmente, bonecos que respiravam.

Enquanto corria houve uns quantos barulhos que chamaram a minha atenção. Mas era algo mais, eu sentia qualquer coisa que me impelia ir ver o que era. Não devia ter estranho quando me deparei com Alina e dois corpos. Rosnei. Naquele momento não conseguia voltar à minha forma humana.

Peguei na camisola do ser mais novo e abanei-o compulsivamente. Acorda, acorda, acorda, falei mentalmente. Foi então que a minha atenção se direccionou para um lobo em questão. Engoli em seco. Nem me atrevi a piar o que quer que fosse. Estava verdadeiramente assustada com aquilo tudo.

Aproximei-me daquilo tudo a largos passos e observei os corpos. Não os conhecia mas... era impressão minha ou um dos corpos era parecido a mim? Olhei para Alina mas não havia maneira de lhe exigir uma explicação. Foi então que eu senti o cheiro a sangue. Vi-o nos seus pulsos. Mas o que é que acontecera?

Apenas encolhi os ombros. Pelo menos não se atrevera a arrancar-me a cabeça. - Eles não acordam, tu podias rosnar, uivar, fazer aquelas cenas todas que tu fazes como lobo gay, para ver se os rafeiros acordam? - cocei o couro cabeludo. Não estava em posição para dizer piadinhas, mas não tinha resistido.

Fechei os olhos e aproximei-me dos corpos. Rosnei bem perto delas e abanei-os fortemente com as minhas patas. Depois afastei-me para ver se aquilo surtira algum efeito.

Coloquei as mãos nos ouvidos e abanei a cabeça. - Está bem, da próxima rosna mais alto para ver se eu fico surda de vez! - resmunguei. Olhei para aqueles dois corpos. Acho que aquilo tinha surtido efeito, visto que ambos se começaram a remexer, até finalmente abrirem os olhos.

Porquê que eu vinha sempre parar a estes situações? Olhei para as duas pessoas que começaram a acordar lentamente.
Pûs-me em posição defensiva. Afinal de contas não sabia quem aqueles indivíduos eram.