Houston

- E mesmo com ciúmes tu não me ligavas nenhuma. - suspirei. - Eu não te causo sarilhos. Só faço a tua vida ter mais acção! - colei-me ao seu corpo, até não haver mais espaço nenhum entre nós.

- Sou gajo, Alina. Não me podes culpar inteiramente. Nunca te compreendi muito bem - Admiti - Chega de acção por agora. Nada de ser caçado por caçadores, nada daquelas criaturas nojentas, nada de estares quase morta nos meus braços ou ter o meu filho raptado. Dispenso essa acção.

- Está bem, meu amor.. nada dessas coisas. - mas isso não queria dizer que não podia haver outro tipo de acções. Acabei por me rir. - Abraça-me com mais força. - pedi.

Abracei-a com mais força e senti o seu aroma. Para além de sexo, ela cheirava bem. Cheirava a minha.
- amo-te - murmurei.

Não me cansava de pensar do quão bom era tê-lo daquela maneira. Grunhi de satisfação e inclinei ligeiramente a minha cabeça para o lado, beijando o seu queixo. - Eu também te amo. - passei as mãos pelos seus braços e sorri.

O que aquela rapariga me fizera. Se há uns atrás me dissessem que eu ia amar alguém, teria começado a rir-me. Mas agora era a sério. Mais do que sério.
- vamos dormir?

A vontade de dormir não era muita, mas queria aproveitar bem o dia de amanhã, pelo que teria que acordar cedo, sem sono e de bom humor. Abanei a cabeça. - Está bem.. mas não me largues!

- Desde quando é que eu te largo? - insinuei divertido, apertando-a bem. Por mim dormira toda a noite assim.

- Não me largas nunca, true story. - ri-me. - Nem mesmo quando estava grávida.. não sabes os apertos estranhos que me fazias, quando estavas a dormir. - e apesar de estar a gozar, até que era verdade.

- A sério que era assim? - não tinha maneira de saber. às vezes dormia que nem uma pedra, não fazia ideia de como passava a noite.

- Hum.. rum.. parecias uma criança pequena à procura de reconforto. - olhei-o divertida. Chegava por vezes a acordar com dores, mas sempre com ele abraçado a mim, o que na maioria das vezes, acalmava-me e tranquilizava-me de certa forma. - Houve uma noite, que quando me afastava, tu puxavas-me. Era fixe.. até nessa altura andavas cheio de cio por mim. - gargalhei.

Fiquei surpreso com o que ela disse. Eu guardava alguns traumas e ressentimentos da minha infância mas não pensei que tal coisa se demonstrasse durante o sono. - até a dormir não te consegues ver livre de mim.

- Não é como se isso me desagradasse, sabes.. - sorri abertamente. Muito pelo contrário, agradava-me imenso. Eu apesar de ser uma verdadeira psicopata, louca e isso tudo, também me afeiçoava muito às pessoas. E Drake era uma dessas pessoas. - Mas vamos dormir. Amanhã temos que acordar cedo. - passei uma vez mais, as mãos pelos seus braços.

- Ainda bem... - porque eu não me via a parar de o fazer. - Temos mesmo de acordar cedo? - perguntei em queixume.

- Sim, mas não te preocupes que para mim cedo é só lá para as dez.. - sorri abertamente. Sim, porque eu não ia para o shopping às seis da manhã, óbvio que não. Já para não falar que ainda tinha que tratar da consulta de Vane. Tínhamos combinado levá-lo ao médico, mas até agora nada.

- Ah, está bem... - preferia dormir um pouco mais mas também não fazia muita diferença.

- Então boa noite, meu amor. - virei-me apenas para puder beijar os seus lábios e depois voltei à minha posição inicial. Mais tarde, acabei por adormecer.

- Boa noite... - Segundos depois, aninhado nela, acabei por adormecer e, novamente, dormir que nem uma pedra.

Estava mais relaxada que o normal e isso, talvez, fosse por não estar mais em Strange nem ter que me preocupar com a segurança de Vane.
Acordei por volta das dez. Saí com cuidado da cama e desci até ao andar de baixo. Marquei uma consulta para o bebé e depois fui preparar o pequeno almoço. Subi até ao quarto e coloquei o tabuleiro na cama. Gatinhei sobre o corpo de Drake e beijei a sua face. - Psiu.. lobinho.. acorda.

Ainda demorei algum tempo a acordar. Estava a ser tão bom. Mas então cheirou-me a comida e abri os olhos. - bom dia amor - murmurei, ainda sonolento.

- Bom dia, lobinho.. - passei as mãos pelo seu peito e desta vez, beijei os seus lábios. - Marquei uma consulta para o pequeno, por volta do meio dia. Assim temos tempo para sexo matinal, um bom banho, um ótimo pequeno almoço e por aí fora.. - ri-me.

Ela era tão certinha que até já tinha planos maravilhosos para as manhãs? - Wow, a manhã começa bem então - disse num tom malicioso - O Vane ainda está a dormir?

Acabei por me rir, quando ele disse aquilo. No que dependesse de mim, todas as manhãs iriam começar bem. - Sim.. está a dormir que nem uma pedra! - e tinha a quem sair, pensei. - Vamos brincar?

- Vê-se logo que sai ao pai. Que orgulho - disse divertido, mais desperto. Sorri maliciosamente, acenando com a cabeça. Puxei-a logo para cima de mim.

- Sem dúvida! - Voltei a beijar os seus lábios e puxei-o para fora da cama. - Não quero sujar a cama, sabes.. - estava-me a referir ao tabuleiro, com a comida e isso tudo. Arrastei-nos para a casa de banho e empurrei-o lá para dentro.