Hall de entrada

Entrei em casa, pousando logo os sacos, pousei a Penny no chão. Estava feliz por finalmente a ter conseguido trazer para Strange. Desde que me começara a transformar, mudara-me para aqui, que segundo a minha mãe era o sítio ideal para me ajudarem. Não tinha tido escolha quando recebi este dom... não tivera ajuda e tudo o que tenho, tinha conseguido com trabalho e esforço da minha parte. Já tinham passado duas semanas, ainda não conhecia nada, passara duas semanas trancada em casa com medo de tudo e de todos. Quando finalmente decidi sair a minha mãe ligou-me a dizer para ir buscar a Penny, e assim o fiz. Depois de ir buscar a Penny, parei num supermercado perto da minha antiga casa e comprei algumas coisas, que já escasseavam cá em casa. Fechei a porta e baixei-me para lhe fazer festas. Tive tantas saudades meu amor. Ela ladrou e saltou para me lamber a cara.

Regressava a casa após um jogo de voleibol com o pessoal quando uma estranha sensação se apoderou de mim. Era algo muito estranho, sentia um aperto no peito como se me faltasse alguma coisa. Deduzi que fosse apenas cansaço e por isso continuei a caminhar em direcção a casa mas quanto mais me afastava, mais forte ficava aquele desconforto. Sem pensar, decidi voltar para trás e acabei em frente a uma casa. Decidi bater à porta e esperar que alguma coisa acontecesse.

Penny estava de barriga para cima e rebolava enquanto lhe fazia festas na barriga, até ser interrompida pelo barulho da porta. Estremeci... nunca tinha recebido visitas, nem nunca tinham batido à porta. Respirei fundo. Fica aí Penny. Levantei-me e coloquei a mão na maçaneta, abri a porta lentamente. Sim? Perguntei... Senti algo que nunca antes havia sentido. Relembrei-me do que lera num livro do meu pai.... Iria sentir algo poderoso quando conhece-se o meu protegido. Fiquei a olhar para ele surpreendida... Nunca pensei que fosse fácil encontrar o meu protegido, mas ele viera ter comigo.

Esperei algum tempo até que uma linda rapariga veio abrir a porta. Era loira, alta e tinha uns olhos muito bonitos. Ela encarou-me e eu fiquei sem saber o que dizer. Como é que eu lhe ia explicar que tinha acabado em casa dela sem eu mesmo saber porquê? Ela ia achar que eu era doido. Cocei a cabeça tentando pensar nalguma coisa para dizer.
- Olá! - foi o que me fugiu da boca. Decidi inventar uma desculpa para não fazer uma figura pior do que a que já fizera. - Acho que me enganei na casa.

Ri do seu embaraço. Olhei-o incrédula quando comecei a ouvi-lo sem ver a sua boca a mexer. Os livros diziam que o protetor consegue ouvir os pensamentos do seu protegido. Isso significava que era sempre era o meu protegido. Respirei fundo... Como é que lhe vou explicar isto... - Eu acho que não te enganaste. - Pelo canto do olho vi Penny a dirigir-se ao rapaz, peguei nela ao colo e deixa-a ficar no mesmo.

Continuei a olhar a bela rapariga sem pronunciar mais uma palavra. Ela tinha um pequeno cão que se dirigiu a mim mas ela apressou-se a pegar nele ao colo. -Não? - perguntei muito confuso. - Mas eu nem te conheço. Nem sei como vim aqui parar, acho melhor ir embora.
Afastei-me um pouco da casa mas não muito, pois aquela sensação voltou a apoderar-se de mim e por isso olhei a rapariga como que à espera de uma resposta.

Tentei conter o riso que se começava a apoderar de mim, os seus pensamentos eram giros e estranhos. Fiz uma festa a Penny que estava muito inquieta devido à falta de atenção que estava a receber. - Não sei como te explicar... mas sou... - Olhei para o fundo do corredor. - Se entrares eu conto-te... - Murmurei com medo que houve mais alguém ali.

Passei a mão pelo cabelo e aproximei-me da entrada da sua casa novamente. Decidi aceitar o seu convite, afinal acho que não tinha nada a perder.
- Tudo bem, explica-me o que se passa por favor, porque eu não estou a perceber nada e tu certamente sabes dizer-me alguma coisa. Sorri-lhe e estendi-lhe a mão - Sou o Scott, e tu?

Afastei-me para ele passar, ia a dar-lhe a mão, mas a ciumenta da Penny começou a ladrar. - Sou a Jasmin e desculpa a Penny. Entra. - Comecei a pensar como é que lhe iria explicar tudo isto...

Afinal o cão era uma cadela. Ri-me - Ela é engraçada. Entrei e olhei em volta. - Tens uma casa muito bonita. Era estranho estar a falar assim com ela, parecia que já a conhecia há anos. Encarei-a à espera de uma explicação.

Fechei a porta assim que entrou e trancei a mesma, era um hábito que iria manter. - É traquinas... - Pousei-a no chão e pegue nos sacos, indo até à cozinha, metendo-os na bancada. Depois arrumava aquilo. - Acho melhor sentares-te na sala... Vou só buscar uma coisa. - Dirigi-me ao quarto, e de uma caixa escondida tirei o livro do meu pai, voltei à sala e sentei-me ao seu lado.

encerrado.

Depois de sair da praia fui até casa. Passei o caminho todo a pensar no que tinha acontecido nas últimas horas e, por incrível que parecesse já não estava assim tão confuso e nada daquilo me parecia um disparate.
Preparei uma mochila com algumas roupas e outras coisas necessárias e regressei a casa da Jasmin, tocando à campainha quando cheguei.

Ouvi a campainha, levantei, indo atrás de Penny que corria e saltava excitada. Abri a porta. Esqueci-me de me vestir, shit. Murmurei para mim mesma.

Aguardei em frente à porta com a mochila no ombro e, ainda sem perceber muito bem ouvi-a. -Veste-te! - gritei para ela ouvir.

Corri para o quarto, vestindo o robe de seda, voltei ao hall. - Desculpa.

Vi-a abrir a porta e sorri. - Não faz mal, afinal esta coisa dá jeito! - disse entrando.

Ri-me e deixei-o entrar. - A única cama que tenho livre esta no escritório...

Assenti afirmativamente e dirigi-me ao escritório.
Encerrado