Quarto do Drake

Relembrando a primeira mensagem :

Devíamos estar ambos em sintonia, já que eu também lhe queria perguntar uma coisa. Acariciei a sua face e olhei-o. - Pergunta..

- Eu quero metê-las todas num álbum de fotos! - resmunguei. Só iria meter as que não tivessem tão.. tão despidas. - Quero ter recordações, em papel vivo.

- Papel? Não achas que isso já é um bocadinho antiquado?
Especialmente era má ideia com todos os desastres que nos assolavam.

- Eu sou um bocado antiquada. - cruzei os braços ao peito. Os valores antigos da minha família, especialmente do meu pai, estavam muito em mim. - E eu gostava de nos relembrar..

- Tu, antiquada?
Soltei uma gargalhada.
- Está bem, vamos pôr isto em papel. 

- No que toca a recordações sou bastante antiquada! - dei-lhe uma cotovelada e deitei-me ao seu lado. Apontei a câmara para nós e depois tirei-nos uma fotos.

- Já percebi.
Ri-me e abracei-a para que a câmara os captasse melhor.

Acabei por me rir e depois beijei a sua face.
- Amo-te muito.. meu lobinho..

- Também te amo muito, nalla.
Disse com um sorriso do tamanho do mundo.

Pousei a máquina na cama e depois beijei os seus lábios.
- O que quer dizer.. hum.. nalla? - perguntei curiosa.

Sorri e olhei para ela, a minha nalla.
- Significa amada no dialecto antigo dos lobisomens. 

Acariciei a sua face e sorri carinhosamente. - Então tu és o meu lobinho e eu sou a tua nalla. - mordi o lábio. Oh sim, eu tinha adorado aquela sua definição de lobo.

- Exactamente, a minha nalla.
Soava tão bem dizer aquilo.

- Nalla, nalla, nalla, nalla.. lobinho, lobinho, lobinho.. - fiz uma careta, enquanto me movimentava estranhamento. Ok, apesar de tudo, eu ainda tinha aqueles meus tiques de criança. Abracei-me ao meu corpo e fechei os olhos.

Soltei umas quantas gargalhadas à sua custa.
- É engraçado,  mesmo antes desta ligação eu cheguei a pensar como seria passar o resto dos meus dias aqui, nesta casa. Nunca achei que fosse acontecer. 

- Chegaste? - reconfortei-me nos seus braços. Adorava tanto estar assim tão apegado ao seu corpo e a si mesmo. - Eu nunca pensei que ia ter uma família.. um filho, um namorado. - mordi o lábio. - Bah.. e olha agora.

- Hum, hum - afirmei.
- As voltas que a nossa vida deu.

- Humrum.. - as voltas que as nossas vidas tinham dado, eram descomunal. Tínhamos passado de um ódio para um amor bem exótico e estranho. Abracei-me um pouco mais a si e passados uns minutos acabei por adormecer.

Eu ainda estava com pica mas deixa-a dormir abraçada ao meu corpo. Puxei uma manta e tapei-nos.

Ainda me remexi bastante em cima do seu corpo. Verdade seja dita, mesmo a descansar, ele deixava-me bastante desejosa de o ter. Era algo estranho e ao mesmo tempo excitante. Quando acordei, já era outro dia e batiam à porta, com imensa força.

Eu acabar por adormecer. Mas um sono profundo, que nem uma pedra. Alina deixa-me esgotado. Só acordei com um barulho forte - Mas que raios?

Remexi-me na cama e esfreguei os olhos. Não paravam de bater à porta e se não fosse a sua voz a denunciá-la, certamente que só saberia que era, quando lhe abrissem a porta. - Mas é a Kim. - murmurei. Na mensagem que lhe mandara, fingindo ser de Drake, eu tinha sido bem convincente que não a queria ver mais. Então, porque é que ela estava ali? - Ham não.. ela já se cala. - revirei os olhos e abracei-me ainda mais a Drake.

Porra, eu tinha de me levantar - Vou ver o que é, Alina -Murmurei e beijei-a. Depois levantei-me e vesti-me, indo até à sala ver o que se passava.

Não acreditava que ele me tinha deixado sozinha na cama, para ir ver da outra. Pois se era assim que ele queria, era assim que ele tinha. Revirei os olhos e peguei num lençol qualquer, colocando-o envolta do meu corpo. Depois levantei-me e saí também do quarto.

Assim que me sentei na cama, esta discai-o e isso  foi o suficiente para me irritar ainda mais. Peguei na primeira coisa que me saltou à vista e atirei-a contra a porta, fazendo com que ambas saíssem para o corredor. Aí mais irritada fiquei. Deitei-me na cama e coloquei-me de baixo dos lençóis. Foi difícil mas acabei por adormecer.

Entrei no quarto uma hora depois. Alina estava a dormir e parecia calma. Ainda bem. Sentei-me ao seu lado e acariciei-lhe o rosto.