Lago

- Qualquer dia ele não se limitará somente a provocar - e nesse dia ele teria de se haver comigo.
- Sim, ficamos... - já estava mais calmo, pelo menos por fora - agora deixa-me fazer uma coisa... - disse e inclinei-me vagarosamente sobre ela, com o intuito de a beijar.

Pois, talvez ele tivesse razão, talvez não. Mas já não valia mais a pena falar naquele assunto, pelo que acabei por não lhe responder. Olhei-o de sobrancelha erguida. - Uma coisa.. - murmurei e logo me apercebi do que ele estava a tentar fazer. Não era como se eu não quisesse, mas.. hum.. acabei por pegar em Vane e em vez de Drake me beijar, acabara por colar os seus lábios na testa do pequeno. Sorri abertamente e beijei a sua face. - Sou mesmo desastrada.. - soltei assim para o ar.

Desastrada... Não, ela não era desastrada. Sorri e afastei-me ligeiramente - pois - peguei num dos bonecas de Vane e comecei a brincar com ele.

Comecei-me a rir, apesar de algum esforço para não o fazer. - Oh.. estava só a brincar. - encolhi os ombros. Nunca lhe negaria um beijo, sabia bem disso.

Encolhi os ombros. Eu não saia bem o que é que lhe passava pela cabeça.
Mordi o lábio.

Revirei os olhos. Levantei-me e fui-me sentar perto do seu corpo. Entrelacei os meus braços a um dos seus e encostei a minha cabeça no seu ombro. - Dá-me um beijinho, vá..

Abanei a cabeça - agora tens de ser tu a dar-me um - disse com um sorriso divertido nos lábios.

Se tudo desse certo, tinha a certeza que ia gostar imenso daquela relação. Fiz um sorriso tímido e inclinei-me o suficiente até chegar à sua boca. Beijei os seus lábios.

Eu não me contentava com um mero beijo. Permaneci com os meus lábios encostados aos seus até consegui chegar com a minha língua à sua.

Trinquei a sua língua ao de leve.. Não estava habituada a uma coisa daquelas e sabia que mais cedo ou mais tarde me ia desmanchar a rir.

Sorri levemente para depois me dedicar mais ao beijo, conduzindo-a. Era estranho estar assim "numa boa" com Alina, mas até gostava.

Aquilo era tudo muito estranho, mas sabia realmente bem. Demasiado bem.. acabei por me rir. Tive-me que afastar um pouco de si para poder respirar e estive prestes a revirar os olhos, quando Vane começou a puxar pelas nossas camisolas, com um ar divertido e contente. Começou a soltar gritinhos e a remexer em tudo o que eram coisas.

Deixes sair uma pequena risada e olhei para o pequenote - estavas a gostar do espectáculo, era? - gozei para Vane.

Corei intensamente, mas acabei por me voltar a rir. Peguei no bebé e coloquei-o no meu colo. - Parece que sim.. - fiz uma careta.

- Ainda bem. Ele podia ser daquelas que já dizia "ewww" sempre que vê um beijo - disse a rir-me.

- Pois podia.. mas não é.. - Olhei para Vane e ele para mim e fiz uma careta. - É mais daqueles que puxa pelos pais.

- Então parece que fizemos uma boa decisão em avançar com isto - disse num sorrio babada, por causa do bebé.

Notava a grandes distâncias que Vane ficava contente em ter os pais juntos. E eu sabia que aquilo ia ser um grande esforço.. um bom e grande esforço.. - Pois, parece mesmo que sim. - sorri e voltei a beijar os seus lábios.

Aparentemente todo este relacionamento era uma fachada... então porque gostava tanto de a beijar? - Pelo bem dele.

- Sim, pelo bem dele. - afastei a minha boca da sua e coloquei um sorriso nos lábios. Ele era bastante viciante.. - Mas agora já não vais ter desculpas para me recusares um beijo. - lembrava-me perfeitamente, quando ainda nem tínhamos o Vane e ele recusava-se a tal coisa.

Era impressão minha ou ela também gostava de me beijar?
- Parece que não vou... nem sexo matinal, como hoje. Foi uma dose boa, não está enferrujada - disse, sabendo que a ia fazer corar.

- Ham.. - Corei imenso, ao ouvir as suas palavras. Fiquei deveras atrapalhada. - Está.. está.. bem.. mas podias ter-me poupado.. hum.. a esse comentário. - abanei a cabeça. Enferrujada, a sério..

- Então porquê? Acho que te faz bem ouvires este elogiozinho.
Disse a rir-me. Se dependesse de mim, ela não ia enferrujar nunca mais.

Olhei-o com cara de parva e arregalei imenso os olhos. - Elogiozinho?! - tossi despropositadamente. - Tu lá sabes.. - não valia a pena. Iria ficar sempre corada e constrangida com tudo o que ele fosse dizer, sobre mim.

Adorava, simplesmente adorava, quando ela ficava sem jeito e toda corada.
- Hum, estás mesmo vermelha.