Houston

- Vou continuar a achar que não. Mas vamos deixar para lá a ideia de greve de sexo... Dá-me medo - disse, fingindo-me assustado.

- Eu vou ficar com essa ideia na cabeça, só para prevenir. - pisque-lhe o olho e gargalhei. - Medo? Não sabia que eras tão medricas, no que se tratava a não ter sexo. - gozei.

- E não sou medricas. - resmunguei em resposta. Apenas apreciava muito ter sexo e Alina era a única mulher com quem o queria fazer.

- Vou-te comprar uma daquelas bonecas.. Loira, para se parecer comigo. - inclinei-me ligeiramente sobre o seu pescoço e mordisquei-o. - Assim quando eu fizesse a greve, já te podias entreter.

Ri-me com aquilo. Bonecas? Nem pensar - Achas que me contento com um pedaço de plástico? - perguntei irónicamente, agarrando-a de modo a tê-la juntinha ao meu corpo. - Não vais fazer greve nenhuma.

- E tu não vais ter barba nenhuma. - passei as mãos pelo seu peito e voltei a mordiscar o seu pescoço. - Nenhum de nós vai fazer nada.

- Isto é um trato qualquer? - perguntei divertido - Está bem. Se não fizeres greve de sexo, eu não deixo crescer a barba. Fica combinado.

- Sim.. combinado. - procurei uma das suas mãos e entrelacei os seus dedos aos meus. - Já tenho planos para amanhã. - sorri abertamente. - Podíamos levar o Vane ao médico e bom, depois ir ao shopping..

Segurei firmemente a sua mão para selar o acordo. - Planos, hum? - Shopping? Isso soava-me sempre a má ideia - Está bem...

Sentei-me novamente no seu corpo e puxei a sua outra mão para a minha, entrelaçando-as, também. Tinha planos para o shopping. - Depois à tarde, se não tivesse muito calor para o Vane, podíamos ir os três à praia.

- Já gosto mais dessa ideia - respondi mais contente. - Vamos aproveitar bem estas semanas fora de Strange.

Queria mesmo esquecer os problemas e de tudo o que podesse stressar uma pessoa. Abanei a cabeça. - Sim.. e vamos ficar aqui mais ou menos durante quanto tempo? - perguntei curiosa. Eu queria aproveitar estas mini férias, mas não era assim por muito tempo.

Eu estava contente por estar longe de Strange. Ainda que só tivéssemos chegado hoje.
- Ficamos o tempo que quiseres - respondi.

Sorri abertamente por aquela resposta. Uma semana ou duas, era o que eu aguentaria com toda a certeza. - Então.. hum.. daqui a uma semana ou duas.. vamos embora.. - encolhi os ombros. Mesmo que não quisesse, era muito apegada a Strange.

- Tão cedo? Gostas mesmo de estar em Strange... - disse, tentando não resmungar com isso. A cidade só nos trazia problemas e problemas.

- Duas semanas não é cedo, Drake. - suspirei. Eu gostava mesmo muito daquela cidade. Mesmo que tenha passado imensos anos num hospício, crescera praticamente em Strange. - E depois, temos imenso tempo, para voltarmos a meter férias.

Para mim duas semanas era tão pouco tempo afastado de conflitos. Mas enfim... - O que interessa é estarmos os três juntos, é ter-te a ti e ao Vane a salvo. A cidade não me importa.

- Ainda bem.. - aconcheguei-me ao seu corpo e fechei os olhos. Tínhamos imenso tempo pela frente, para aproveitar. - Tenho fome.

- Fome, outra vez? - ri-me - Eu tenho sede. Estava a pensar abrir a garrafa de vodka que comprei - aliciei...

- Sim.. estou esfomeada! - ri-me. - E tu pareces um bêbado! - fiz uma careta. Eu pelo contrário, não gostava nada dessas coisas de álcool e assim.

Encolhi os ombros. - Demora tempo até um lobisomem ficar bêbado. Um copo para mim tem o mesmoe feito que água - recordei, divertido. Levantámos-nos e seguimos até à cozinha.

Depois de chegar à cozinha, acabei por ir comer uns cereais quaisquer numa taça com leite. Fui buscar uma colher e voltei para a sala. - Drake.. - chamei-o. - Tu costumas contar.. tipo.. os anos que tens, ou achas isso não vale a pena?

Ela foi comer, eu fui beber. Tal como queria, apenas um copo de vodka. Nada mais. Segui atrás dela.
Ela realmente fazia com cada pergunta. - Continuo a contar. Fui habituado a celebrar o meu aniversário todos os anos. Não mudei isso desde que me tornei lobisomem.

- Ainda bem. - sorri abertamente. Não me via a não celebrar mais esses momentos. E apesar de ter passado grande parte da minha vida num hospício, aqueles dias especiais eram sempre passados em família. Encolhi os ombros, ao lembrar-me do ano passado. Nem família, nem nada. - Eu vou querer continuar a celebrar isso.. mesmo que tenha quarenta anos e pareça super jovem. - fiz uma careta.

Ainda bem que ela pensava da mesma maneira que eu - Celebraremos todas as datas. As nossas e a do Vane. Como é normal.